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Por causa do coronavírus, vendas de smartphones no Brasil caem 30,7% no 2° trimestre

A pandemia também tem afetado as vendas de smartphones no País. Curiosamente, o mercado cinza foi o único a registrar alta.

Smartphones. Crédito: Unsplash

Imagem: Unsplash

A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio todos os setores, incluindo o mercado de smartphones. É o que aponta um levantamento da IDC Brasil, que mostra queda de 30,7% nas vendas de celulares no segundo trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior. E com um detalhe curioso: os feature phones, telefones com funções básicas e sem tela sensível ao toque, ainda correspondem por uma boa porcentagem das vendas totais.

De abril a junho, foram comercializados exatos 9.631.424 dispositivos. Desse total, 8.745.054 foram vendidos por canais oficiais de redes varejistas no País, dos quais 8.353.195 correspondem a smartphones e 391.858 aos chamados feature phones. Estes registraram, respectivamente, queda de 31,1% e 54% nas vendas nos meses de abril, maio e junho, em relação ao segundo trimestre de 2019.

No mercado cinza, os feature phones também tiveram as vendas afetadas pela COVID-19, com queda de 51,1% no mesmo período e um total de 95.939. “Esta categoria ainda tem fôlego, embora com participação bem menos relevante, com 5% do mercado. Em regiões mais remotas ou para consumidores que não são adeptos ou precisam da tecnologia dos smartphones, o custo benefício do feature phone é um atrativo”, diz Renato Meireles, analista de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil, em comunicado.

Mercado cinza, intermediários e alta do preço de smartphones

Em contrapartida, a venda de smartphones no mercado cinza cresceu 8,3% em comparação com o 2° trimestre do de 2019, com 790.431 aparelhos vendidos no segmento. Inclusive, foi o único setor que apresentou crescimento.

Os smartphones intermediários representaram a maior fatia das vendas no segundo trimestre deste ano, com 3.363.076 unidades e preço entre R$ 1.100 e R$ 1.999. Na sequência, com 3.247.741 de unidades vendidas, ficaram os modelos de entrada, com preços entre R$ 700 e R$ 1.099.

Por falar em preços, você deve ter notado que muitos aparelhos ficaram mais caros. E é verdade: a IDC Brasil afirma que o valor médio de um celular por canais oficiais foi de R$ 1.539, e de R$ 1.727 no mercado cinza – altas de 22,9% e 36,2%, respectivamente, em relação ao 2° trimestre de 2019. Também subiram os preços dos feature phones, que ficou 39,5% mais alto no mercado oficial e 24,6% no mercado cinza.

Ainda segundo a IDC Brasil, a receita total do mercado de celular no 2° trimestre de 2020 foi de R$ 14,8 bilhões, o que representa uma queda de 8,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Desse montante, smartphones respondem por R$ 14,30 bilhões (R$ 1,365 bilhão no cinza e R$ 12,85 bilhões no mercado oficial), e feature phones por R$ 82,64 milhões (R$ 10,31 milhões no cinza e R$ 72,32 milhões no oficial).

Para o terceiro trimestre de 2020, a IDC Brasil prevê uma retomada gradual das vendas. “O momento ainda é de cuidados com a saúde e de muita cautela fora de casa, mas a reabertura das lojas físicas é muito importante para a retomada das vendas de celular e a tendência é de diminuição dos índices de queda nas vendas. A categoria deve acompanhar os indicadores macroeconômicos que projetam melhorias do PIB e também ser favorecida pelo auxílio emergencial estendido até dezembro”, concluiu Meireles em comunicado.

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