A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso de autotestes de Covid-19 no Brasil há 14 dias, mas até agora nenhum produto chegou às farmácias. Há uma explicação: a agência ainda não concedeu aval a nenhuma fabricante, o que impede a comercialização.
Não foi por falta de tentativa, já que 55 empresas entraram com pedido de análise nestas duas últimas semanas. Porém, nove deles foram negados até o momento por falta de estudos e documentos completos sobre os produtos.
Há agora um teste com análise concluída aguardando publicação do resultado no Diário Oficial da União (DOU) – veículo responsável por assuntos de âmbito federal. O resto dos pedidos está em análise, aguardando dados complementares ou nem mesmo começou a ser avaliado.
A Anvisa está sendo cuidadosa com razão. Os autotestes para detecção da Covid-19 devem ser vendidos nas farmácias, mas o exame será feito em casa por pessoas leigas. Por isso, é importante que a bula seja adaptada à população, com instruções de uso detalhadas e até mesmo QR Codes que levem o usuário a vídeos explicativos.
A expectativa é que os autotestes comecem a ser vendidos nas drogarias brasileiras em março. Em entrevista à revista Exame, Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, estimou que o produto deve chegar às prateleiras com um preço médio entre 50 e 60 reais.
Vale lembrar que o autoteste não servirá como diagnóstico, mas sim uma triagem para que pessoas com resultados positivos saibam quando procurar os serviços de saúde – seja de forma presencial ou via telemedicina – ou manter o isolamento. O laudo dado pelo exame não poderá ser usado para embarcar em voos internacionais, por exemplo.