Crânio na China pode ser de Homo erectus que viveu há 1 milhão de anos
Um crânio quase intacto descoberto na China pode ter pertencido a um Homo erectus – espécie humana que viveu na Terra entre 200 mil e 1,8 milhão de anos.
Paleontólogos encontraram a estrutura óssea ainda em maio na província de Hubei, no centro do país, e seguem em processo de escavação. A expectativa dos cientistas é que, ao tirá-lo do solo, o osso possa esclarecer a árvore genealógica dos humanos que viveram na Ásia nos tempos pré-históricos.
Como publicado na revista científica Nature, o crânio está enterrado em posição vertical. Até agora, é possível ver sua testa, o cume da sobrancelha, órbitas oculares e a maçã esquerda do rosto. Os cientistas ainda não conseguiram verificar se os dentes ou maxilar inferior estão presos à cabeça.
A ossada estava a 35 metros de outros dois crânios desenterrados em 1989 e 1990. À época, cientistas os apelidaram de Homem Yunxiano 1 e 2, em referência à cidade de Yunyang, onde ocorreu a escavação.
Como os cientistas concluíram que esses crânios eram de H. erectus, a tendência é que o osso encontrado agora também seja. A diferença é que os antigos estão quase que totalmente esmagados e distorcidos, enquanto o novo está quase inteiro.
“É uma descoberta maravilhosa”, disse a paleoantropóloga Amélie Vialet, do Museu Nacional de Paris. A pesquisadora estava com o grupo que reconstruiu digitalmente os crânios dos Yunxianos 1 e 2 em 2010. À época, os cientistas estimaram que a espécie viveu na região entre 800 mil e 1,1 milhão de anos atrás.
Quem foram os Homo erectus
As primeiras descrições dos primos do Homo sapiens vêm do final do século 19, quando paleontólogos encontraram fósseis na ilha de Java, na Indonésia. Os ossos remetiam a 1,5 milhão de anos atrás e sugerem que a espécie pode ter sido a primeira de humanos a sair da África.
O crânio do Homo erectus era maior que o do Homo habilis, seu antecessor, e menor que o dos neandertais e sapiens. Mediam entre 1,40 e 1,80 de altura e, com o tempo, reduziram a quantidade de pelos no corpo e ganharam uma postura mais ereta.
Seus ossos já foram encontrados no leste da África e da Ásia, o que possibilita muitas variedades de registro fóssil da espécie.
A expectativa, agora, é encontrar os dentes do novo crânio chinês para verificar as possíveis diferenças entre os H. erectus encontrados na China de outras partes do mundo.