Crianças que tiveram uma criação dura apresentam regiões do cérebro menores

Crianças que passaram por experiências negativas durante a criação apresentam um córtex pré-frontal e amígdalas menores.
Crianças. Crédito: Marisa Howenstine/Unsplash
Crédito: Marisa Howenstine/Unsplash

Embora o argumento mais utilizado para justificar a violência como forma de educar seja que isso é para o “bem” da criança, cada vez mais estudos mostram os prejuízos permanentes que esse tipo de comportamento pode causar a longo prazo. Pesquisadores da Université de Montréal, do CHU Sante Justine Research Center e da Universidade de Stanford revelaram em uma nova pesquisa que uma criação excessivamente rigorosa pode prejudicar até mesmo o desenvolvimento cerebral.

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Alguns estudos anteriores já haviam relacionado o abuso infantil, seja físico ou emocional, a problemas de ansiedade e depressão na vida adulta. Isso ocorre porque as crianças que passaram por tais experiências negativas apresentam um córtex pré-frontal e amígdalas cerebelosas menores. Essas duas estruturas exercem um papel fundamental na regulação emocional.

No estudo mais recente, publicado na revista Development and Psychology, os pesquisadores observaram que essas mesmas regiões do cérebro eram menores em adolescentes que foram submetidos a uma criação rigorosa na infância, mesmo aquelas que não haviam sofrido abusos mais graves. De acordo com o artigo, a pesquisa avaliou não apenas as práticas mais violentas, mas também aquelas que são comuns e até mesmo socialmente aceitas ao redor do mundo, como negligência e institucionalização.

A pesquisa foi feita com base em dados de crianças que foram monitoradas desde o seu nascimento, no início dos anos 2000, pela universidade canadense e pelo Quebec Statistical Institute. Anualmente, os cientistas acompanharam as práticas de criação e os níveis de ansiedade apresentados pelas crianças entre os dois e nove anos de idade. Elas foram então classificadas em grupos de acordo com o nível de exposição a comportamentos violentos.

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Entre os 12 e 16 anos, essas mesmas crianças foram submetidas a avaliações dos níveis de ansiedade e exames de ressonância magnética para verificar a anatomia de seus cérebros. De acordo Sabrina Suffren, estudante de PhD da Université de Montréal que liderou o estudo, os resultados são importantes porque mostram que as práticas parentais não prejudicam apenas as funções cerebrais, mas a estrutura desse órgão também.

[EurekAlert]

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