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Criatura de 3 olhos e com 500 milhões de anos é encontrada por cientistas

Fóssil de artrópode está bem conservado e fornece pistas sobre a evolução de outros animais do filo, especialmente de insetos

Criatura de 3 olhos e com 500 milhões de anos é encontrada por cientistas

Imagem: Han Zeng via SciNews/ Reprodução

Parece um camarão gigante, mas não é. Kylinxia é um fóssil de um animal artrópode encontrado por pesquisadores na Província de Yunnan, na China. Com três olhos e um par de membros, o fóssil está encapsulado em rochas com quase 520 milhões de anos. 

Os autores investigaram suas características através de imagens obtidas com um scanner de tomografia computadorizada. Eles publicaram os achados na revista Current Biology.

O que se sabia dos artrópodes

Os artrópodes são um vasto grupo de animais invertebrados. Existem mais de um milhão de espécies descritas, mas grande parte do conhecimento sobre esse tipo de animal provém de vestígios de seus exoesqueletos, não de fósseis.

Essa é inclusive uma de suas principais características. Eles possuem um exoesqueleto feito de quitina, membros articulados e um corpo segmentado. 

Você já deve ter visto vários artrópodes por aí: tem os insetos, como abelhas e borboletas; os aracnídeos, como escorpiões e aranhas; e há também os crustáceos, como as lagostas, camarões e caranguejos.

Eles desempenham papéis fundamentais nos ecossistemas, como polinização e controle de população de outros animais. Por isso, é tão importante estudá-los.

Agora, a descoberta do fóssil de Kylinxia reformula a história de uma classe de criaturas que eventualmente deu origem às inúmeras formas de artrópodes que vemos hoje.

O que Kylinxia revela

Usando a tomografia computadorizada, os pesquisadores puderam girar as imagens do fóssil digitalmente. Assim, conseguiram ver que sua cabeça possui seis segmentos, assim como em muitos artrópodes vivos.

Kylinxia tem na cabeça um lado frontal com olhos, outra parte com membros grandes que possuem garras. Eles são seguidos ainda por mais quatro segmentos, cada um com um par de patas articuladas.

Antes, a maioria das teorias sobre a evolução da cabeça dos artrópodes se baseava em espécies de ramificação precoce que tinham menos segmentos do que as espécies que ainda estão vivas.

“A descoberta de dois pares de pernas previamente não detectados em Kylinxia sugere que os artrópodes vivos herdaram uma cabeça com seis segmentos de um ancestral com pelo menos 518 milhões de anos”, comentou Gregory Edgecombe sobre a descoberta. Ele trabalha no Museu de História Natural de Londres e foi um dos autores do estudo.

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