Paleontólogos descobrem fósseis de 500 milhões de anos com 3 olhos
Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, identificaram pela primeira vez fósseis de radiodontes com três olhos, que datam 506 milhões de anos atrás. Foram analisados, no estudo, 268 indivíduos, e 84 deles contavam ainda com restos do cérebro e nervos preservados.
O animal em questão é o Stanleycaris hirpex, que viveu no Período Cambriano. Ele mede cerca de 20 centímetros, com o corpo dividido em 17 segmentos. Suas lâminas, garras e mandíbula dentada sugerem que este era um predador feroz.
O terceiro olho do S. hirpex fica localizado ao centro de sua cabeça. De acordo com os paleontólogos, o animal pode ter usado o sistema de visão avançado para perseguir presas velozes. O estudo completo foi publicado na revista científica Current Biology.
Os radiodontes pertencem ao grupo dos artrópodes, assim como os insetos, aracnídeos e crustáceos. A maior parte desses animais já extintos não passava dos 8 centímetros de comprimento, o que torna o novo espécime o maior já descoberto para a ordem.
Os fósseis revelam que o cérebro do S. hirpex era dividido em duas partes: protocérebro e deutocérebro, que ficavam conectados aos olhos e garras do animal. A anatomia indica um estágio evolutivo anterior, já que os artrópodes modernos possuem um fragmento extra, conhecido como tritocérebro.
Os fósseis foram desenterrados dos Xistos de Burgess, um sítio arqueológico localizado nas Montanhas Rochosas canadenses da Colúmbia Britânica, durante as décadas de 1980 e 1990. Desde então, o material ficou armazenado no Museu Real de Ontário.