A chinesa Foxconn, uma das principais fornecedoras de produtos da Apple, está enfrentando dificuldades para produzir os modelos “Pro” da linha iPhone 14. O problema aumentou nas últimas semanas e já afeta 10% da produção de iPhones, o que já começa a provocar atrasos na entrega dos aparelhos.
A crise começou há cerca de um mês, quando um novo surto de Covid – seguido de uma série de medidas restritivas – fez vários trabalhadores deixarem as fábricas às pressas, inclusive com pessoas pulando cercas e tentando voltar para casa a pé.
Na tentativa de manter a força de trabalho, a Foxconn fez a promessa de pagar benefícios generosos aos funcionários. Porém, um deles afirmou à BBC que os contratos foram alterados para que os trabalhadores não recebessem o subsídio, além de acrescentar que eles estavam em quarentena sem comida.
Para piorar, um “erro técnico” no sistema de pagamento atrasou o salário dos trabalhadores, o que motivou protestos “furiosos” na frente da maior fábrica de iPhones do mundo, incluindo confrontos com a polícia.
Por sua vez, a empresa está empenhada em recrutar novos trabalhadores, oferecendo um prêmio de 1.000 yuans (ou R$ 756) para aqueles funcionários que indicarem um amigo ou membro da família para trabalhar em sua fábrica em Zhengzhou, na China – desde que ele permaneça trabalhando por um mês.
“O que começou há um mês como uma escassez de 3% do iPhone 14 Pro cresceu para 5% na semana passada e agora são cerca de 10% ou mais das unidades gerais com potencial para aumentar no próximo mês”, disse o analista Dan Ives à empresa de investimentos Wedbush Securities.
A Apple não comentou o problema na fábrica chinesa, mas, segundo o noticiário, já alertou que podem ocorrer atrasos nas entregas dos modelos iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max devido às restrições da Covid.
Na China, a política da Covid-zero afeta não apenas as operações da Foxconn, mas também de outras empresas. O movimento já está impactando o crescimento econômico do gigante asiático.