
China manda fechar “paraíso dos eletrônicos” para combater Covid

A pandemia não acabou — especialmente no Brasil, mas também no país que foi o primeiro epicentro. Nesta segunda (29) o governo da China determinou o fechamento do distrito de Huaqiangbei, local que abriga o maior mercado de eletrônicos do mundo. O motivo: precisa conter os contágios de Covid-19 na cidade de Shenzhen, ao sul do país.
A determinação também suspendeu o serviço em 24 estações de metrô, segundo informações da agência Reuters. Os estabelecimentos da região só devem reabrir na sexta-feira (2).
Comerciantes relataram ao jornal South China Morning Post, de Hong Kong, que viram o aviso de que a área estava interditada logo pela manhã. Todos devem trabalhar de casa e fazer testes para Covid diariamente.
Huaqiangbei é um importante centro da fabricação e venda de eletrônicos na Ásia. A região é conhecida como “Vale do Silício da China” porque reúne grandes fabricantes e vendedores de hardwares, microchips, peças e componentes eletrônicos.
O centro tecnológico de quase 18 milhões de habitantes detectou nove casos sintomáticos de Covid-19 e dois assintomáticos no domingo (28). Shenzhen não fecha totalmente desde março.
Risco nas cadeias de suprimento
O fechamento temporário pode aprofundar ainda mais a crise das cadeias de suprimentos para eletrônicos. O distrito é responsável por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) de Shenzhen em 2020.
Ali estão as principais empresas de manufatura do país, como a gigante de equipamentos de telecom Huawei, a fabricante de microchips China Semiconductor Manufacturing International Corp, e a fornecedora Apple Foxconn Technology Group.
O centro tecnológico foi uma das regiões mais afetadas pela pandemia e política de tolerância zero da China com a Covid-19. Antes do vírus, o distrito reunia diariamente centenas de milhares de empresários estrangeiros que buscavam componentes tecnológicos no país asiático.
No domingo, a China relatou 1.696 novos contaminados por Covid-19. Desses, 352 apresentaram sintomas do vírus. O país já administrou mais de 3,4 bilhões de doses da vacina, o que significa que 100% da população está imunizada.