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Abril laranja: 7 bilhões de pintinhos são mortos por ano após nascer

Em mês de conscientização contra a crueldade animal, estudo mostra situação de pintinhos desprezados pela indústria alimentícia no mundo

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Chamado de Abril laranja, este é o mês de conscientização e reforço da luta contra a crueldade animal. Ainda assim, diversos são os exemplos mundo afora em que esses seres vivos são colocados sob situação de abuso e maus tratos. Agora, um novo estudo publicado na revista Environment and Planning E: Nature and Space aponta a situação dos pintinhos.

Segundo a pesquisa, sete bilhões de pintinhos machos são triturados ou gaseados vivos pela indústria de ovos a cada ano. Isso porque eles não podem ser incorporados nesse mercado, uma vez que não botam ovos, e também não são queridos pela área de frangos de corte.

Dessa forma, quando nascem pintinhos machos, eles são exterminados. No total, custa um dólar para matar cada animal, o que soma sete bilhões de dólares ao ano, segundo o estudo. 

Frente ao aspecto ético, o sofrimento animal e os custos, agentes legislativos e cientistas buscam alternativas para a matança.

Crueldade animal com os pintinhos

Sob pressão de organizações de defesa dos direitos dos animais, países como Alemanha, Áustria e França proibiram o extermínio de pintinhos. Contudo, especialistas apontam que essa não é a solução para o problema da crueldade animal.

“Em países onde o extermínio foi proibido, os pintinhos machos muitas vezes são exportados”, explica Rebecca Rutt, uma das autoras do estudo. De acordo com a pesquisadora, os animais são mantidos vivos da maneira mais barata possível, ou seja, em condições precárias.

Tudo isso apenas para chegarem a um país em que o extermínio não é proibido e, assim, eles serem legalmente abatidos. Depois disso, muitos viram matéria prima de ração para animais de estimação.

 “Portanto, do ponto de vista do bem-estar animal, as proibições não são uma solução”, diz Rutt.

Possíveis alternativas

De acordo com o estudo, muitas organizações de proteção animal apontam para a mesma solução: evitar que os pintinhos machos nasçam. Por isso, empresas de biotecnologia estão buscando desenvolver tecnologias com esse propósito.

Entre as opções estão diversos métodos para determinar o sexo de um embrião, o que permite destruir os machos antes da incubação e eclosão, ou seja, o mais cedo possível. 

Para Rutt, tais soluções também servem para manter uma indústria cheia de problemas éticos para essas galinhas que vivem. Por isso, ela afirma que é preciso repensar a lógica da indústria de alimentos no mundo todo.

“O extermínio de pintinhos pode ser visto como uma expressão de uma indústria impulsionada por lógicas de eficiência devido à intensa competição. Combinado com décadas de criação intensificada, o sistema tornou os ‘pintinhos machos’ efetivamente sem valor”, opina. Datas como o Abril laranja apenas escancaram esse modus operandi.

Ela afirma que sua pesquisa permitiu descobrir que muitos agricultores gostariam de produzir de maneira diferente, em uma escala menor e um ritmo mais lento. No entanto, eles não sobreviveriam economicamente desta forma.

“Portanto, tais mudanças exigiriam alterações mais fundamentais, que devem ser impulsionadas pela legislação, que tipicamente segue a pressão pública”, conclui a pesquisadora.

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