Depressão: maior parte dos pacientes não recebe tratamento adequado

De acordo com cientistas, apenas 3% dos pacientes com depressão que vivem em países de baixa renda recebem tratamento "minimamente adequado"
Depressão
Imagem: Nik Shuliahin/Unsplash/Reprodução

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, mostrou que a grande maioria das pessoas com depressão no mundo não recebem tratamento adequado. O estudo foi publicado na revista Plos Medicine.

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Para chegar a tais conclusões, os cientistas analisaram dados de 149 estudos prévios feitos em 84 países entre 2000 e 2021. De acordo com a pesquisa, 33% das pessoas que vivem em países de alta renda utilizam serviços de saúde mental. O número cai para 8% em países de baixa e média renda.

A qualidade do atendimento deixa a desejar. Em nações de alta renda, 23% dos pacientes com depressão estão recebendo tratamento “minimamente adequado”, comparado a 3% dos países de baixa e média renda.

De acordo com os pesquisadores, pacientes jovens do sexo masculino são menos propensos a procurar atendimento médico. O público alvo principal são mulheres, com a busca sendo maior à medida que envelhecem. 

São vários os sintomas que acompanham a depressão, desde baixo autoestima até fadiga e alterações de apetite. O distúrbio sofreu um boom durante a pandemia, com os casos triplicando nos Estados Unidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, até 2030, a depressão poderá se tornar o principal contribuinte para a carga global de doenças. 

Ao longo da história, as autoridades de saúde voltaram seus recursos para o tratamento de doenças como a malária, tuberculose e o combate ao vírus da Aids. A saúde mental, por sua vez, foi negligenciada. Em 2019, menos de 2% do financiamento global foi destinado a doenças não transmissíveis – como a depressão.

Estima-se que entre 80% e 90% das pessoas com depressão obtêm melhora após uso de medicação e ajuda psicológica. Estimativas feitas pelos pesquisadores sugerem que, caso ocorresse uma ampliação de tratamentos eficazes, 43 milhões de anos adicionais de vida saudável poderiam ter sido e continuar sendo economizados entre 2016 e 2030. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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