Shuhei Yoshida começou a trabalhar no desenvolvimento de negócios do PlayStation desde sua fundação, em 1993. 30 anos depois, na véspera de receber um prêmio Bafta por sua contribuição aos videogames, ele deu uma entrevista ao The Guardian.
Na conversa, ele citou o Brasil como fonte de talentos. Atualmente, seu trabalho é alcançar e desenvolver novos profissionais para o setor que sejam de fora das regiões da Europa, Japão e América do Norte.
Ao falar sobre a dificuldade em conseguir financiamento para jogos, Yoshida ressaltou a importância das editoras independentes, mencionando uma visita à capital paulista. “Quando eu estava em São Paulo no ano passado, havia olheiros do Devolver, Curve Digital, Team17, todos tentando encontrar o talento desses lugares, os jogos que só eles podem fazer – [um jogo] fundo cultural, mitologia, arte, música, tudo pode ser algo especial para se destacar no mercado…”
Ele ainda disse acreditar na diversificação da indústria, apesar da questão econômica. “Alguns grandes jogos vendem dezenas de milhões de unidades e justificam colocar todos esses recursos em regiões caras, mas acho que a indústria precisa se diversificar e acho que isso acontecerá de forma natural e orgânica”, disse.
A IA na criação de videogames
Ao The Guardian, Yoshida também opinou sobre o uso de inteligência artificial na criação de games. Em uma competição no Japão, ele conta que encontrou gráficos surpreendentes feito por alunos com IA. “Eles disseram que usaram Midjourney, o gerador de arte de IA, para criar a arte. Isso é poderoso, que um pequeno número de jovens pode criar um jogo de aparência incrível. No futuro, a IA poderá desenvolver animações e comportamentos interessantes e até mesmo depurar seu programa”, pontuou.
Quanto à preocupação de que a inteligência artificial possa substituir o trabalho humano, ele discorda. “É uma ferramenta. Alguém tem que usar a ferramenta. [….] A IA mudará a natureza do aprendizado para os desenvolvedores de jogos, mas no final o desenvolvimento será mais eficiente e coisas mais bonitas serão feitas pelas pessoas. As pessoas podem nem precisar mais aprender a programar, se aprenderem a usar essas ferramentas do futuro. A criatividade é mais importante, a direção, como você imagina o que quer”, concluiu.
Presidente do estúdio de jogos da Sony de 2008 a 2019, Yoshida é fã de videogames e ajudou a administrar a Naughty Dog (do Playstation Studios), desenvolvedora de “The Last of Us”. Em Santa Mônica, nos EUA, ele também trabalhou com o vencedor do prêmio “jogo do ano” de 2005, o primeiro “God of War”.
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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