Entre janeiro e agosto de 2023, o desmatamento em áreas da Mata Atlântica caiu 59% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2022 a área desmatada atingiu mais de 22 mil hectares, neste ano cerca de 9 mil hectares de floresta foram destruídos.
Os dados são do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, uma plataforma que funciona por meio da parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas.
A área considerada é aquela dentro dos limites estabelecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o bioma. No entanto, há também regiões que contém vegetação característica da Mata Atlântica, mas em áreas de Caatinga e Cerraco, por exemplo.
Elas são contabilizadas pela Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006. Dessa forma, incluindo os encraves, o desmatamento no bioma teve uma queda de 26%.
Entenda o contexto
A Mata Atlântica é uma das regiões mais ricas em biodiversidade. Localizada majoritariamente na região litorânea do Brasil, sua área é lar para cerca de 50% da população brasileira, de acordo com o IBGE.
Até maio, a destruição da floresta já tinha uma queda de 42%. Dessa forma, os novos números confirmam a tendência de redução do desmatamento no bioma. Em entrevista ao G1, o diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, explicou que a fiscalização exerceu papel essencial neste processo.
“Isso se deve basicamente a um retorno da fiscalização, a volta do funcionamento da política e da estrutura ambiental brasileira. Houve muitas ações de fiscalização, de aplicação de multas. E uma coisa que tem tido muito efeito é a suspensão do crédito de produtores rurais, que tem desmatamentos ilegais”, disse.
A queda do desmatamento da Mata Atlântica se deu em todos os 15 estados que compõem o bioma de acordo com os limites geográficos estabelecidos pelo IBGE. Ainda assim, a quantidade de área desmatada em 2023 equivale a cerca de 12 mil campos de futebol.
Como estão os outros biomas
Depois de um período trágico para a Amazônia, em que o bioma teve mais de dez mil quilômetros quadrados desmatados por cinco anos seguidos, a derrubada foi reduzida.
Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o desmatamento na floresta amazônica brasileira caiu cerca de 22% entre agosto de 2022 e julho de 2023.
Mas a situação no Cerrado e na Caatinga é outra. Ambos os biomas ainda enfrentam níveis preocupantes de deflorestamento. Entre janeiro e maio de 2023, o desmatamento no Cerrado aumentou em 13%, enquanto na Caatinga o área desmatada cresceu em 123%.