Do hype ao flop: Rabbit R1 tem só 5 mil usuários após 100 mil vendas
Após um enorme hype na CES 2024 por ser um dispositivo de IA inovador, vendendo 100 mil unidades, o Rabbit R1 flopou – e muito. Hoje, apenas cinco mil pessoas usam o dispositivo diariamente.
E quem divulgou essa informação não foram veículos de imprensa ou empresas de análise de mercado. Jesse Lyu, fundador do Rabbit, divulgou os números de usuários diários do R1, em entrevista ao portal Fast Company.
Apesar do flop histórico, tendo em vista o hype durante a CES, Lyu explicou que o lançamento do Rabbit R1 foi antecipado para não ser ofuscado por produtos das big tech.
“Se você é uma startup, é melhor lançar seu produto cedo e ponto final”, afirmou Lyu, que ressalta o lançamento incompleto de produtos como algo normal em startups de hardware.
Aliás, desde o lançamento, o Rabbit R1 já obteve 16 atualizações, mas, mesmo assim, flopou.
Motivos pelo flop do Rabbit R1
Similarmente ao Rabbit R1, o AI Pin, outro dispositivo de IA que bombou em seu anúncio na CES, também é considerado um flop histórico. O motivo: ambos prometiam muito, mas cumpriram pouco.
A verdade é que, mesmo com a justificativa de antecipar o lançamento, o dispositivo não teve um diferencial em termos de IA em relação aos smartphones.
O flop do Rabbit R1, explicitado pelos cinco mil usuários dentre 100 mil que compraram o aparelho, se deu pela falta de inovação para atrair consumidores.
Após o hype, e quando a verdade foi exposta, como explicamos aqui no Giz Brasil em uma matéria de maio deste ano, o Rabbit R1 não conseguiu sustentar os argumentos de “dispositivo inovador”
“O dispositivo também deixa a desejar nos recursos de IA, que deviam ser o ponto forte dele. As traduções de texto não são confiáveis e os serviços de localização são precários.”
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Boa parte das pessoas que têm o Rabbit R1 compraram o dispositivo na pré-venda, destacando como o hype de produtos com IA – que não cumprem o que prometem – evaporam rapidamente.
Mas Lyu se mantém otimista e, aparentemente, arrogante. O CEO afirmou manter um arquivo no app Notion documentando cronologicamente todas as críticas negativas ao Rabbit R1.
“A verdade é que as análises negativas não conseguiram acabar conosco, né?” disse o CEO da empresa de mesmo nome do produto.
Além disso, Lyu ainda se dedica a transformar o Rabbit R1 em um dispositivo bem-sucedido. No dia 1º de outubro, com o lançamento de seu novo modelo de IA generativa.
Será possível reverter o fiasco?
Vale ressaltar que o modelo atual, o LAM (Large Action Model) se mostrou frágil a em relação a alterações técnicas.
Agora, com o novo modelo, Lyu afirma que o Rabbit R1 terá mais funcionalidades, sobretudo práticas, como comprar passagens áreas.
Assim, o Rabbit R1 pode ser, de fato, considerado um assistente virtual de bolso com IA generativa. Contudo, voltando à frase de Lyu sobre lançamento antecipado para não perder para as big techs, há uma má notícia para o CEO.
O Rabbit R1 pode se tornar um flop ainda maior porque os dois principais nomes de sistemas operacionais de smartphones vão lançar soluções de IA que conseguem interagir com múltiplos apps simultaneamente.
Desse modo, uma versão mais inteligente do Rabbit R1 pode falhar em reverter o flop. Apenas cinco mil usuários vão perceber que o dispositivo evoluiu.
A Siri com Apple Intelligence, embora ainda não lançada, é um exemplo de como será difícil para o Rabbit R1 recuperar os 95 mil usuários restantes. Galaxy AI nos aparelhos da Samsung e a evolução do Gemini no Android são outros obstáculos que dificultam reverter o flop do Rabbit R1.