Elefantes: vídeos no YouTube mostram o luto dos animais

E o mais interessante é que esses registros têm ajudado biólogos a estudar mais à fundo o comportamento fúnebre nos paquidermes. Entenda
Imagem: David Heiling/Unsplash

Assim como humanos e certas espécies de primatas, elefantes podem vivenciar a perda de seus entes queridos. É o que provam alguns vídeos postados no YouTube que registraram a experiência de luto desses animais na natureza.

O mais interessante é que esse comportamento é, muitas vezes, difícil de ser observado em campo. Graças a conteúdos disponíveis na internet, cientistas de todo mundo podem ampliar seus estudos sobre o comportamento dos paquidermes.

Em um desses vídeos, que foi gravado em 2018 na cidade indiana de Tumkur, uma mãe elefante tenta trazer seu filhote de volta à vida. Nas imagens, é possível vê-la usando tromba e patas para mexer o corpo do seu bebê. Outros 12 animais podem ser vistos junto a ela, como numa tentativa de consolá-la. Você pode assistir à cena abaixo.

Sanjeeta Sharma Pokharek, pesquisadora do Centro de Ciências Ecológicas do Instituto Indiano de Ciências, disse em entrevista à revista Science que conseguiu observar este comportamento apenas uma vez em quatro anos de pesquisa.

Agora, graças ao YouTube, Sanjeeta e outros cientistas têm diversos materiais que os permitem reunir dados para estudar o comportamento dos paquidermes.

Os pesquisadores buscaram por termos como “morte do elefante asiático” ou “elefante reagindo à morte”. O resultado registrou pelos menos 39 vídeos, de 24 casos gravados entre 2010 e 2021. A análise dos vídeos gerou um estudo publicado recentemente na Royal Society Open Science.

As cenas mostram imagens comoventes: numa delas, elefantes fazem carinho no corpo de um integrante falecido. Em outra, os animais tentam trazer seu companheiro de volta à vida com chutes. Em outro registro, um grupo se reúne na frente dos restos mortais de um outro membro.

“Vídeos online como este oferecem uma oportunidade fantástica de observar comportamentos raros em elefantes”, disse Science Lindsay Murray, pesquisadora de psicologia animal da Universidade de Chester, no Reino Unido. Durante a pandemia, a especialista chegou a trabalhar com webcams e outros recursos on-line para estudar o comportamento dos animais.

 

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