Nome de substituta de Elon Musk no cargo de CEO do Twitter é anunciado

Em dezembro, Elon Musk criou uma enquete na rede social questionando tuiteiros sobre se deveria deixar o cargo. Após arrumar uma substituta, ele vai finalmente seguir a opinião da maioria
Imagem: Fórum Econômico Mundial/Divulgação

O Twitter terá um novo chefão. Ou melhor, chefona. Elon Musk, que comprou a rede social do passarinho azul há seis meses e estava no cargo de CEO desde então, anunciou na tarde da última quinta-feira (11) que passou o bastão para uma mulher. De início, Musk deixou sua identidade em aberto. Mas, nesta sexta-feira (12), o nome veio a público: Linda Yaccarino, executiva do conglomerado de mídia NBCUniversal.

“Estou animado para anunciar que contratei uma nova CEO para o X/Twitter. Ela vai começar daqui a cerca de 6 semanas”, disse o bilionário sul-africano. Como você pode notar, Musk chamou a rede social de “X/Twitter”. A mudança do nome tem relação com a XCorp, empresa que nasceu após a aquisição da rede social.

O nome de Yaccarino foi adianto pelos jornais americanos Wall Street Journal e The Washington Post. Na tarde desta sexta-feira (10), Musk confirmou a informação.

Linda Yaccarino trabalhava como supervisora do setor de monetização do serviço de streaming Peacock. Sua biografia no site da companhia pontua que ela conseguiu mais de US$ 100 bilhões em anúncios e parcerias com empresas como Apple, YouTube e o Twitter.

“Ansioso para trabalhar com Linda para transformar esta plataforma em X, o aplicativo de tudo”, disse Musk, em um post feito hoje.

No tuíte em que anuncia sua saída, o bilionário cita que sua saída do cargo de CEO não significa o afastamento completo de suas relações profissionais com o Twitter. Só que, a partir de agosto, seu papel será outro: assumirá direção executiva e a posição de CTO (Chief Technology Officer), cargo que podemos traduzir como “diretor de tecnologia”.

Além disso, Musk pontou que cuidará de questões estratégicas como gestão de produto, software e “sysops”, ou administração de sistemas.

A enquete que “definiu” seu futuro

Elon Musk falou em algumas oportunidades sobre a possibilidade de deixar sua função de CEO. Em tom de brincadeira (ou será que não?), ele chegou a fazer uma enquete em sua página do Twitter, no dia 18 de dezembro de 2022, que questionava os seguidores se ele deveria ou não sair do cargo.

O resultado? 57,5% dos votantes disseram “sim”. Dois dias depois, Musk disse que respeitaria a decisão da maioria assim que encontrasse alguém “tolo o suficiente para ocupar o cargo”. Na mesma mensagem, ele declarou o desejo de seguir no comando apenas de função como software e servidores, como indicado na mensagem desta quinta-feira (10).

Polêmicas e mais polêmicas

Curta, porém intensa. É assim que dá para definir a passagem de Elon Musk no comando do Twitter. As primeiras tretas começaram ainda no processo de aquisição: após encaminhar a compra, Musk voltou atrás, alegando que desfaria o acordo caso o Twitter não desse um jeito no alto número de contas “abandonadas”.

Depois que o acordo vingou, as polêmicas não pararam. A principal mudança tem a ver com um alto número de demissões. Desde o início da gestão Musk, há 6 meses, cerca de 80% dos funcionários do Twitter foram cortados. Teve início uma “caça às bruxas” para eliminar vagas que, na visão de Musk, eram sobressalentes, e cortar custos com atividades e projetos considerados pouco importantes.

Outro marco foi o Twitter Blue. Antes o sistema de verificação da rede social envolvia um processo de análise que entregava o selo a contas de pessoas públicas, personalidades ou profissionais relevantes em sua área de atuação. Sob Musk, quem quiser se destacar pode conseguir sem provar nada. Basta pagar a bagatela de R$ 42 ao mês.

A relação com jornalistas degringolou, e o Twitter passou a banir contas de profissionais da imprensa e críticos das medidas da gestão Musk — alguns deles, reincorporados apenas recentemente. A justificativa era de que esses críticos representavam uma ameaça de segurança, após dados sobre os voos particulares do CEO vazarem.

Demandas de imprensa, aliás, passaram a ser ignoradas pelo Twitter. Mais que isso: ao ser questionada por jornalistas, a rede social (e o próprio Musk) criou o hábito de responder apenas com um emoji de cocô — um episódio que resume bem o período do empresário à frente da rede social.

 

Guilherme Eler

Guilherme Eler

Editor-assistente do Giz Brasil, são-carlense e vascaíno. Passou pelas redações de Superinteressante, Guia do Estudante e Nexo Jornal.

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