Empresários financiando mensagens via WhatsApp parece ser a nova forma de fazer campanha eleitoral

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, empresas pagaram até R$ 12 milhões pelo serviço de disparo automático de mensagens contra o PT pelo WhatsApp. Especialistas afirmam que a prática pode configurar doação de campanha por empresas, o que seria ilegal. De acordo com a publicação, as empresas apóiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL). O serviço […]
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Segundo o jornal Folha de S.Paulo, empresas pagaram até R$ 12 milhões pelo serviço de disparo automático de mensagens contra o PT pelo WhatsApp. Especialistas afirmam que a prática pode configurar doação de campanha por empresas, o que seria ilegal.

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De acordo com a publicação, as empresas apóiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL). O serviço de “disparo em massa” usa a base de usuários do próprio candidato ou bases vendidas por agências de estratégia digital. Usar bancos de dados de terceiros também é vedado pela legislação eleitoral.

Quatro especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters também avaliam que, se as informações forem confirmadas, a campanha de Bolsonaro pode ser acusada de abuso de poder econômico, abuso do uso de meios de comunicação e omissão de doações de campanha.

Se os serviços foram de fato contratados em nome das empresas, a prática configura doação ilegal, pois pessoas jurídicas estão proibidas pelo Supremo Tribunal Federal de contribuir com partidos, candidatos ou campanhas.

Se as contratações foram feitas em nome dos empresários, as doações têm limites que podem ter sido ultrapassados. O pagamento de serviço de terceiros também é proibido, dizem os especialistas consultados pela Reuters.

Isso poderia levar à impugnação da chapa, mesmo que o candidato não soubesse da ação. Um dos advogados ouvidos pela Reuters afirma que o que vai “ser avaliado [é] se [a] conduta teve ou não influência na campanha”, independente da culpa ou dolo.

Em seu Twitter, Bolsonaro rebateu as acusações dizendo que “Apoio voluntário é algo que o PT desconhece e não aceita”. Ao site O Antagonista, o candidato à presidência pelo PSL disse que não tem controle se “empresário simpático a mim [está] fazendo isso” nem tem como saber e tomar providência.

As eleições brasileiras de 2018 estão bastante marcadas pelo uso das redes sociais. Há pouco mais de um mês, foi revelado um esquema de publicidade velada usado por pessoas ligadas ao PT no Twitter. O Facebook também desmantelou redes de desinformação em sua plataforma e perfis acusados de “fazer propaganda política não-orgânica”. Hoje mesmo a rede social de Mark Zuckerberg — que também é dona do WhatsApp — inaugurou sua “sala de guerra” para combater a desinformação em eleições.

As disputas por votos também acontecem no WhatsApp. De acordo com o Datafolha, os eleitores de Bolsonaro são os que mais se informam pelo aplicativo de mensagens: 61%. Até mesmo o candidato do PSL disse, em uma transmissão ao vivo para seus apoiadores, que pretende tentar reverter o limite de compartilhamento de mensagens definido pelo aplicativo em agosto — agora, só é possível encaminhar uma mensagem para, no máximo, 20 pessoas.

[Folha de S.Paulo, Reuters]

Imagem do topo: Getty

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