Empresas não vão tentar aprovar vacina contra COVID-19 antes de todos os testes

Empresas farmacêuticas querem amenizar a ansiedade do público em relação à segurança das vacinas contra o coronavírus. Para acalmar os temores, fabricantes de renome como Pfizer, Johnson & Johnson e Moderna assinarão uma declaração conjunta para demonstrar seu compromisso com a segurança e eficácia. A promessa, que foi relatada e revisada pelo Wall Street Journal, […]
Pessoa prepara aplicação de vacina
Foto: AP

Empresas farmacêuticas querem amenizar a ansiedade do público em relação à segurança das vacinas contra o coronavírus. Para acalmar os temores, fabricantes de renome como Pfizer, Johnson & Johnson e Moderna assinarão uma declaração conjunta para demonstrar seu compromisso com a segurança e eficácia.

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A promessa, que foi relatada e revisada pelo Wall Street Journal, pode ser divulgada já na próxima semana. Segundo o jornal, o comunicado afirma que a prioridade dos fabricantes será a segurança e o bem-estar das pessoas vacinadas. Além disso, o compromisso afirma que as empresas também se comprometerão a seguir elevados padrões científicos e éticos na realização de estudos clínicos e durante o processo de fabricação.

“Acreditamos que essa promessa ajudará a garantir a confiança do público nas vacinas contra COVID-19 que podem ser aprovadas e a adesão ao rigoroso processo científico e regulatório pelo qual são avaliadas”, disseram as empresas farmacêuticas no esboço da declaração, de acordo com o Journal.

Além disso, o New York Times informa que os fabricantes de medicamentos GlaxoSmithKline e Sanofi também assinaram o compromisso.

As empresas irão supostamente prometer não tentar aprovação do governo dos EUA até que as vacinas tenham se mostrado seguras e eficazes. O jornal relata que o esboço da declaração diz que elas podem enviar pedidos de autorização governamental de uso de emergência ou licenciamento de vacinas com base em “evidências substanciais de segurança e eficácia” de testes clínicos de Fase 3 conduzidos sob orientação da Food and Drug Administration (órgão dos EUA com atribuições semelhantes às da Anvisa no Brasil).

Antes de chegar à Fase 3, uma vacina candidata deve passar por várias outras fases. Conforme explicado no monitor de vacinas contra o coronavírus do New York Times, a primeira etapa é o teste pré-clínico, no qual a nova vacina é testada em células e animais. Em seguida, vêm os ensaios de fase 1, que são administrados a um pequeno número de pessoas e estudam a segurança e a dosagem. Os ensaios de fase 2 são realizados com centenas de pessoas e testam ainda mais a segurança da vacina e a capacidade de estimular o sistema imunológico.

Finalmente, os testes de Fase 3 são dados a milhares de pessoas. Os cientistas então esperam para ver quantas das pessoas que receberam a vacina foram infectadas em comparação com aquelas que receberam um placebo. Os ensaios de fase 3 são normalmente o último estágio da pesquisa clínica necessária antes que um tratamento ou medicamento receba a aprovação do governo.

Em junho, a FDA disse que uma vacina para COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus, precisaria prevenir ou diminuir a gravidade da doença em pelo menos 50% das pessoas vacinadas.

Há meses os americanos expressam preocupação com uma futura vacina contra o coronavírus. Apenas metade dos americanos disse que pretende se vacinar se alguma vacina fosse desenvolvida, de acordo com uma pesquisa de maio conduzida pela Associated Press e pelo NORC Center for Public Affairs Research.

Relatos dizem que o presidente Donald Trump está procurando maneiras de lançar uma vacina experimental contra o coronavírus antes da eleição de novembro em uma tentativa de melhorar suas perspectivas de reeleição, mesmo que a vacina não atenda aos padrões de segurança do FDA, provavelmente também não ajudaram nas intenções do público em tomar a vacina.

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