Em 2006, um saqueador acabou se ferindo após cair em uma caverna em Belize, na América Central. Moradores locais ajudaram a resgatar o homem, que acabou revelando um tesouro macabro no local. Havia ali nada menos do que ossadas humanas, que renderam a formação o nome de Caverna do Terror da Meia-Noite.
Dois anos depois, pesquisadores da Universidade do Estado da Califórnia, nos EUA, exploraram o local e revelaram mais de 9 mil ossos, que pareciam pertencer a pelo menos 118 pessoas.
Sinais nos restos mortais indicavam que os falecidos haviam sido vítimas de rituais de sacrifício maia feitos durante o Período Clássico (entre os anos 250 e 925). A hipótese dos cientistas é que os humanos tenham sido oferecidos a Chaak, a divindade maia da chuva.
Um novo estudo publicado no International Journal of Osteoarchaeology parece trazer novos detalhes sobre esses sacrifícios. Pesquisadores encontraram fios azuis no cálculo dental (ou tártaro) de alguns esqueletos, o que pode indicar que as vítimas eram amordaçadas.
Inicialmente, cientistas da Universidade do Estado da Califórnia estavam interessados apenas em investigar a dieta dessa população. Porém, depararam-se com fibras de algodão em tons de azul, que foram enviadas para análise no PaleoResearch Institute, no Colorado.
O novo estudo sugere que as evidências foram originadas de panos utilizados para tapar a boca das vítimas. Caso as pessoas tenham ficado presas por um longo período de tempo, é possível que as fibras azuis tenham incorporado no tártaro.
A cor poderia ser resultado de pigmentos azulados utilizados para tingir as vítimas em rituais de sacrifício maia. Outra teoria é que os fios foram tingidos após o consumo de uma bebida alcoólica à base de agave, consumida por sacerdotes e vítimas durante festivais para aliviar seu sofrimento.