Encontrados fósseis de cangurus gigantes que pesavam até 170 kg
Paleontologistas da Universidade Flinders, na Austrália, encontraram fósseis de cangurus e, analisando o material, descobriram três novas espécies do animal. Todas pertencem a um gênero já extinto, chamado Protemnodon.
Ele viveu na região da Austrália e da Nova Guiné entre 5 milhões a 40 mil anos atrás. Agora, as espécies foram descritas em artigo publicado na revista científica Megataxa.
Fósseis e novas espécies
Com o estudo dos fósseis de cangurus encontrados em Lago Callabona, cientistas descobriram que, apesar de ser do gênero Protemnodon, a espécie descoberta tinha características bastante diferentes de seus parentes.
O Protemnodon viator era muito maior que o canguru-vermelho, espécie ainda viva e uma das mais conhecidas atualmente. Em geral, os fósseis de canguru indicaram que os antigos animais pesavam até 170 quilos. Isso é cerca de duas vezes mais do que os maiores cangurus-vermelhos machos.
A espécie também estava bem adaptada ao habitat árido do centro da Austrália. Com suas pernas longas, eles podiam saltar longas distâncias, motivo pelo qual ganhou o nome viator, que significa “viajante”, no latim.
Além da espécie à qual os fósseis de canguru pertenciam, cientistas também revisaram outras que pertencem ao gênero Protemnodon e identificaram duas novas. Mas todas são diferentes umas das outras, porque se adaptaram para viver em ambientes distintos. E isso fazia até com que saltassem de formas diferentes.
Por exemplo, a Protemnodon mamkurra pode ter sido quadrúpede. “Um canguru grande, mas de ossos grossos e robustos, provavelmente era bastante lento e ineficiente. Pode ter pulado apenas raramente, talvez apenas quando assustado”, explica Isaac Kerr, um dos autores da pesquisa.
O nome dessa espécie foi escolhido por anciãos Boandik e especialistas em línguas na Burrandies Corporation. Ele significa “grande canguru”.
Por fim, a última espécie identificada foi a Protemnodon dawsonae, que provavelmente era de um saltador de média velocidade. Contudo, há menos fósseis de cangurus dessa espécie, o que a torna mais misteriosa.
Gênero de espécies variadas
As primeiras espécies do gênero Protemnodon de cangurus foram descritas em 1874, pelo paleontologista britânico Owe. Desde então, diversos estudos analisaram esses animais, mas enfrentaram dificuldades.
Isso porque, embora os fósseis de Protemnodon sejam bastante comuns em toda a Austrália, foram encontrados isolados. Ou seja, cientistas encontraram apenas ossos individuais, não o corpo todo do animal.
Dessa forma, pesquisadores tiveram que analisar com cuidado as amostras para conseguir compreender quantas espécies havia, como as espécies diferiam em tamanho, alcance geográfico, movimento e adaptações aos seus ambientes naturais.
Para Kerr, não é comum ter um único gênero de canguru vivendo em ambientes tão variados. “Por exemplo, agora sabemos que as diferentes espécies de Protemnodon habitavam uma ampla gama de habitats, desde o centro árido da Austrália até as montanhas florestadas de alta precipitação da Tasmânia e da Nova Guiné”, comenta.