Encontrar o túmulo de Cleópatra ainda é um sonho possível?

Achados recentes sugerem que o túmulo de Cleópatra esteja no templo de Taposiris Magna, no Egito. Entenda a saga do leito de morte da governante
Túmulo de Cleópatra
Imagem: Koantao/Wikimedia Commons/Reprodução

A história do Egito Antigo é repleta de mistérios. Mas a parte boa é que alguns deles são respondidos à medida que novos achados arqueológicos vão sendo revelados na região. Por conta disso, os pesquisadores nunca param de procurar. 

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Quer dizer, nunca é uma palavra forte. Aqui, consideraremos a história de Cleópatra, que governou o reino ptolomaico no Egito por quase três séculos. A rainha, tradicionalmente retratada em obras da ficção como uma mulher sedutora e poderosa, nunca teve sua tumba encontrada.

Muitos arqueólogos acreditam que o túmulo de Cleópatra foi submerso no Mediterrâneo durante um grande terremoto que atingiu Alexandria no século 4. Por outro lado, há quem tenha esperanças que a tumba da rainha esteja intacta – e que ela ainda possa ser revelada muito em breve.

A persistência deve ser atribuída a Kathleen Martinez, arqueóloga da república dominicana que procura pelo leito de morte de Cleópatra há 15 anos. Suas esperanças foram renovadas em 2020, quando sua equipe encontrou duas múmias em Taposiris Magna

Não, nenhuma das múmias eram de Cleópatra, mas foram datadas para a mesma época em que a rainha viveu. Além disso, os falecidos pareciam ter alguma importância social, já que foram cobertos por folhas de ouro – um luxo oferecido para poucos. 

Pesquisadores sugerem que ambos os corpos pertenceram a sacerdotes, que desempenharam um papel importante na manutenção do poder dos faraós e podem ter interagido com a rainha. Tudo bem, mas onde que o túmulo de Cleópatra entra nessa história?

A rainha acreditava que era uma personificação da deusa Ísis, a quem o templo é dedicado. Além disso, foram encontrados no altar de oferendas do local 200 moedas com o nome de Cleópatra e a figura de seu rosto. Ainda não há nenhuma confirmação que seu corpo está naquele espaço, mas a sugestão é válida. 

De toda forma, a própria Cleópatra fez questão de que seu corpo fosse muito bem escondido, assim como o de seu amante, Marco Antônio. A rainha cometeu suicídio após uma derrota militar, já que não queria passar pela humilhação de ser exposta como prisioneira. Temendo que os romanos desrespeitassem seu legado, fez questão de sumir para sempre – mesmo após a morte.

Muito do que sabemos sobre a rainha foi escrito por historiadores romanos, que podem não ter sido o mais fiéis possíveis em sua representação, já que possuíam certo desdém por Cleópatra. Também não há muitos registros que contem a sua história. Sendo assim, achar sua tumba representaria uma virada no jogo.

Agora, só nos resta a expectativa de encontrá-la, o que seria positivo não apenas para a ciência, mas também para o turismo no Egito.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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