A divulgação de um relatório comprometedor do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas nesta semana, prevendo um desastre climático sem precedentes na próxima década, foi, sem dúvidas, um duro lembrete do frágil estado do nosso planeta. Mas novas previsões da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) para o futuro da capacidade global de energia renovável oferecem um cenário muito mais esperançoso, prevendo um grande salto em energia limpa nos próximos cinco anos — isso se as políticas e as regulamentações necessárias forem feitas agora.
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Em um comunicado de imprensa desta segunda-feira (8) sobre seu relatório Renewables 2018, a IEA destacou a bioenergia moderna — que a Agência Internacional para as Energias Renováveis descreve incluindo biocombustíveis líquidos produzidos a partir de plantas, biogás produzido por digestão anaeróbia e sistemas de aquecimento de pellets de madeira, que é de particular importância para indústrias — como tendo o potencial de maior crescimento em recursos renováveis até 2023. A AIE também apontou a importância da bioenergia moderna no desenvolvimento de “um portfólio renovável robusto, garantindo um sistema de energia mais seguro e sustentável”.
“A bioenergia moderna é o gigante negligenciado do campo da energia renovável”, disse o diretor executivo da IAE, o dr. Fatih Birol, em um comunicado. “Sua participação no consumo total de energia renovável no mundo é de cerca de 50% atualmente; em outras palavras, o mesmo que as energias hídrica, eólica, solar e todas as outras fontes renováveis combinadas. Esperamos que a bioenergia moderna continue a liderar o campo e tenha grandes perspectivas de crescimento adicional.”
Além disso, a Bloomberg noticiou no domingo (7) que um cenário de previsão do relatório projetou “até 1,3 terawatts extra de energia limpa” sendo instalado até 2023. Parte dessa explosão de energia renovável prevista acontece graças à energia solar, para a qual o relatório Renewables afirma:
Prevê-se que a capacidade solar fotovoltaica expanda em quase 600 GW — mais do que todas as outras tecnologias de energia renovável combinadas, ou até duas vezes a capacidade total do Japão, alcançando 1 terawatt (TW) até o final do período de previsão. Apesar de mudanças recentes de políticas, a China continua sendo a líder fotovoltaica absoluta, detendo quase 40% da capacidade fotovoltaica instalada globalmente em 2023. Os Estados Unidos continuam sendo o segundo maior mercado de crescimento de energia solar fotovoltaica, seguido pela Índia, cuja capacidade quadruplica. [sic]
Se tudo isso parece excelente, o relatório destaca, sim, a importância de “políticas apropriadas e market design” para o sucesso do crescimento contínuo das energias renováveis. Como Birol apontou em seu comunicado no relatório, “as políticas certas e as regulações de sustentabilidade rigorosas serão essenciais para atingir seu potencial completo”.
O Gizmodo entrou em contato com a IEA e atualizará essa publicação caso tenhamos uma resposta.
Imagem do topo: presidenciamx (Flickr)