_Ciência

Enquanto dinossauros morriam, plantas floresciam, diz estudo de 2 universidades

Extinção em massa há 66 milhões evidenciou resistência e adaptação de plantas com flores; diversas espécies atuais existem desde este período

Enquanto dinossauros morriam, plantas floresciam, diz estudo de 2 universidades

Imagem: Sergey Shmidt/ Unsplash/ Reprodução

O que parece mais resistente: um dinossauro ou uma flor? A resposta é óbvia. No entanto, embora o tamanho, as garras e a força dos dinossauros passem a imagem de resistência, um estudo garante que as flores ganham essa batalha.

Publicada na revista Biology Letters, a pesquisa concluiu que plantas com flores escaparam relativamente ilesas da extinção em massa que matou os dinossauros há 66 milhões de anos.

Na verdade, o evento devastador ainda ajudou que elas evoluíssem e se tornassem o tipo dominante de planta que são hoje.

Entenda a pesquisa

Enquanto a extinção em massa causada pelo impacto de um asteroide erradicou pelo menos 75% de todas as espécies na Terra, ainda não estava claro qual impacto teve sobre as plantas com flores.

Registros fósseis mostram que muitas espécies desapareceram. No entanto, as linhagens às quais pertencem, como famílias e ordens, sobreviveram o suficiente para florescer e depois dominar. 

Em geral, as plantas não têm esqueletos ou exoesqueletos como a maioria dos animais. Dessa forma, é mais difícil entender sua evolução apenas por esses registros.

Por isso, um grupo de pesquisadores aplicou modelos estatísticos de “nascimento e morte” para estimar as taxas de extinção ao longo do tempo geológico. 

Eles analisaram árvores evolutivas a partir de mutações nas sequências de DNA de até 73 mil espécies de angiospermas.

Evidências moleculares sugerem que a grande maioria das famílias de angiospermas que existem hoje já existia antes da chegada do asteroide. Espécies ancestrais das orquídeas, magnólias e hortelãs compartilhavam a Terra com os dinossauros.

Mas como isso aconteceu?

As angiospermas, ou seja, as plantas com flores usam uma variedade de mecanismos de dispersão de sementes e polinização. Dessa forma, algumas espécies duplicaram seus genomas inteiros.

Outras evoluíram desenvolvendo novas maneiras de fazer fotossíntese. É essa resistência e adaptação que possibilitou sua sobrevivência. Atualmente, existem cerca de 400 mil  espécies de plantas vivas, e aproximadamente 300 mil delas são plantas com flores.

“Depois que a maioria das espécies da Terra se extinguiu no evento K-Pg, as angiospermas aproveitaram a oportunidade, de maneira semelhante à forma como os mamíferos assumiram após os dinossauros”, comentou Jamie Thompson, autor do estudo. 

“E agora praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente das plantas com flores”, explicou ao site Phys.

Sair da versão mobile