Quem quiser urinar nas ruas do distrito de Soho, em Londres, ganhará uma surpresa desagradável: o Conselho da Cidade de Westminster pintou as paredes de vários prédios com uma tinta anti-xixi.
A tinta especial é um líquido transparente que cria uma camada que repele a água, o que faz com que a urina respingue. Por isso, quem se arriscar pode acabar provando do próprio veneno e ficar todo molhado.
As autoridades locais disseram que vão usar a tinta em paredes de prédios e locais populares da vida noturna – onde estão os maiores níveis (e o cheiro mais forte) de urina em público.
Mary O’Connor, membro da Câmara Municipal de Westminster, diz que essa era uma discussão recorrente entre os parlamentares locais. Como a região de Soho recebe muitos visitantes de quinta a domingo, becos e ruas se tornaram um grande mictório a céu aberto.
O forte odor acabou sendo a causa de problemas para os moradores locais que saíam para trabalhar nas segundas-feiras pela manhã.
A incidência de micção pública aumentou significativamente em Londres desde a suspensão das restrições à Covid-19. As operações de limpeza nesses locais custam ao município de Westminster quase 950 mil libras por ano – ou mais de R$ 6 milhões no câmbio atual.
“Moradores e empresas estão fartos”, disse a vice-líder da Câmara, Aicha Less. “Estamos tomando medidas para impedir que as pessoas usem becos ou portas como banheiro”.
Outras soluções para o mesmo problema
Além da tinta anti-xixi de Londres, a capital francesa também encontrou uma solução para impedir a micção pública: criou os “uritrottoirs”. Trata-se de mictórios públicos alojados em floreiras.
Neste caso, a urina humana serve para fertilizar as plantas que crescem nesses espaços. Isso porque um ano de xixi contém nitrogênio, fósforo e potássio suficientes para fertilizar 400 metros quadrados de trigo.
Algo parecido já está nas ruas de Amsterdã. Por lá, usuários se aliviam usando aberturas nas laterais de floreiras onde estão fibras e restos de cânhamo – a planta da maconha.
Ao se misturar com urina, o cânhamo é usado como fertilizante orgânico nos parques da cidade, jardins suspensos e fazendas urbanas. Já vimos uma prática parecida na Alemanha, como mostramos nesta reportagem.