Fundador da Huawei diz que “EUA não conseguem nos destruir”

Ren Zhengfei é o fundador e CEO da Huawei, e ele não é muito de aparecer ou dar entrevistas. No entanto, dado o escrutínio pelo qual sua empresa está passando, parece que ele se sentiu na necessidade de falar, em uma entrevista à BBC, sobre as acusações dos EUA de que a companhia supostamente pratica espionagem […]
Ren Zhengfei, um senhor asiático aparentando algo em torno de 70 anos de idade. Ele veste um blazer cinza e uma camisa azul claro e segura óculos escuros fora do seu rosto. Ele está levemente virado para a esquerda.
Vincent Yu/AP

Ren Zhengfei é o fundador e CEO da Huawei, e ele não é muito de aparecer ou dar entrevistas. No entanto, dado o escrutínio pelo qual sua empresa está passando, parece que ele se sentiu na necessidade de falar, em uma entrevista à BBC, sobre as acusações dos EUA de que a companhia supostamente pratica espionagem a mando da China.

“Os Estados Unidos não conseguem nos destruir”, disse Zhengfei em entrevista à rede de TV britânica. “O mundo não pode nos deixar de lado, pois estamos muito avançados.”

A postura do executivo é pragmática, apesar de os equipamentos 5G da companhia já terem sido banidos de serem instalados em redes na Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. “Se a luz se apagar no Ocidente, no Oriente ela continuará a brilhar. E se as coisas de apagarem no Norte, ainda temos o Sul. Os Estados Unidos não representam o mundo. Eles representam apenas uma parte.”

De fato, o Brasil é testemunha da presença da Huawei. Na área de telecomunicações, a companhia é uma das líderes. Além de fornecer equipamentos para operadoras, a empresa tem forte presença na venda de smartphones em países da América Latina — no Brasil, devemos recebê-los em algum momento.

Na entrevista, Zhengfei ainda disse que a prisão de sua filha foi por motivação política — em possível retaliação, a China prendeu cidadãos canadenses — e sobre as constantes acusações de que a Huawei espiona países.

A BBC ressalta que as leis chinesas exigem que as companhias locais oferecem “suporte, cooperação e colaboração no trabalho de inteligência nacional”. No entanto, o fundador da Huawei diz que não faria sentido eles espionarem países, pois arruinaria a empresa, além da percepção sobre o país.

“Não vamos arriscar o desgosto de nosso país e de nossos clientes em todo mundo por causa de algo assim [espionagem]. Nossa empresa nunca realizará qualquer tipo de atividade de espionagem. Se tivermos tais ações, fechamos a empresa”, afirmou.

Recentemente, a Huawei recebeu uma espécie de sinal verde do órgão de inteligência do Reino Unido, onde a empresa tem forte presença. O National Cyber Security Centre (Centro de Cibersegurança Nacional) informou em um relatório que os possíveis riscos oferecidos pela empresa são totalmente gerenciáveis.

Já falamos por aqui que China e Estados Unidos estão em meio a uma briga feia com interesses econômicos e políticos. Os EUA sustentam que a Huawei tem ligações com o governo chinês e que não é digna de confiança. Por outro lado, parte da comunidade internacional questiona os EUA por não apresentarem provas reais de que a empresa atua como um agente de estado nos mercados onde está presente.

[BBC]

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