Epicentro do coronavírus na Coreia do Sul não registra novos casos pela primeira vez desde fevereiro

A cidade de Daegu, na Coreia do Sul, não registou novos casos de coronavírus nesta sexta-feira. Essa é a primeira vez que isso acontece desde fevereiro, depois de a cidade ter se tornado o epicentro do país para o COVID-19.
Pessoas comendo separadas por uma tela na Coreia do Sul
Imagem: Getty

A cidade de Daegu, na Coreia do Sul, não registou novos casos de coronavírus nesta sexta-feira (10). Essa é a primeira vez que isso acontece desde fevereiro, depois de a cidade ter se tornado o epicentro do COVID-19 no país.

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Daegu identificou o seu primeiro caso no dia 18 de fevereiro, e a Coreia do Sul iniciou rapidamente um regime de testes em massa na cidade para identificar e conter a doença, além de medidas de distanciamento social rigorosas.

“Um elevado nível de distanciamento social nas últimas três semanas parece ter dado resultados agora”, disse nesta sexta-feira o vice-ministro da saúde, Kim Gang-lip, segundo o Korea Times. Ele avisou que ainda é muito cedo para declarar o fim da crise após somente um dia sem novos casos.

O pior dia para em Daegu foi em 29 de fevereiro, quando foram identificados 741 casos COVID-19. Os números têm caído desde então. A cidade, a cerca de 270 quilômetros da capital Seul, foi o local do primeiro “cluster” de COVID-19 do país asiático, depois de uma igreja ter realizado cultos onde centenas de pessoas foram infectadas.

A Coreia do Sul identificou o seu primeiro caso de COVID-19 em 20 de janeiro, no mesmo dia em que os Estados Unidos registraram o seu primeiro caso. No Brasil, a primeira infecção foi em 25 de fevereiro.

Brasil e EUA enveredaram por caminhos diferentes daquele tomado pela Coreia do Sul.

O país asiático mobilizou profissionais de saúde para a realização de testes e medidas foram tomadas para rastrear e isolar a população infectada, assim como quem teve contato com ela.

A Coreia do Sul testou cerca de 440 mil pessoas. Os EUA, por sua vez, testaram mais de 2 milhões de pessoas, mas as medidas começaram tarde demais e o número é proporcionalmente menor em relação às populações dos dois países.

De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, a Coreia do Sul testa 9,6 pessoas a cada mil habitantes, enquanto os EUA chegaram a 7,12 testes a cada mil habitantes.

Neste gráfico, compare como a Coreia do Sul realizou mais testes durante o início do surto do que os EUA, com dados de testes por dia

Neste outro gráfico, o número total de testes já realizados por Coreia do Sul e EUA. Não há dados para o Brasil

O Ministério da Saúde do Brasil não sabe quantos testes de coronavírus foram feitos – uma reportagem desta sexta-feira d’O Globo diz que o Brasil é o país que menos testa entre mais atingidos pelo novo coronavírus, com 296 testes por milhão de habitantes (ou 0,296 por cada mil habitantes).

Embora a Daegu não tenha registrado novos casos nesta sexta, a Coreia do Sul ainda tem novos casos em outros locais. Foram 27 novas infecções e 4 mortes, de acordo com o Korea Times. Foi a primeira vez que o país viu novas infecções ficarem abaixo de 30 pessoas desde 20 de fevereiro, de acordo com o serviço de notícias Yonhap.

Professora usa uma máscara enquanto dá uma aula online em uma sala de aula vaziaProfessora usa uma máscara enquanto dá uma aula online em uma sala de aula vazia na Seoul Girls High School, em 9 de Abril de 2020. Foto: Imagens da Getty

Na manhã dessa sexta (10), Coreia do Sul tinha identificado, no total, 10.350 casos e 208 mortes por COVID-19, segundo dados do mapa mantido pela Universidade Johns Hopkins. O mesmo mapa indica que o Brasil teve 18.176 casos e 957 mortes.

Colaborou: Alessandro Feitosa Jr.

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