Em janeiro de 2022, um vulcão localizado no Pacífico Sul entrou em erupção. O abalo no Hunga Tonga–Hunga Haʻapai, como é conhecido, pôde ser detectado por todos os cantos do globo, deixando marcas que se arrastam há mais de um ano.
Uma delas foi a quantidade de água deixada na estratosfera – a segunda camada mais baixa da atmosfera terrestre. A camada de ozônio, responsável por proteger o planeta da radiação ultravioleta nociva, está nessa posição.
Segundo cientistas da NASA, o aumento da quantidade de H2O deixada na região foi superior a 10%, o que pode afetar o tamanho do buraco na camada de ozônio dentro dos próximos anos.
A explicação é simples: quanto mais fria e maior a quantidade de água na estratosfera, maior a chance de formação de nuvens estratosféricas polares – nuvens finas que flutuam entre 15 e 25 quilômetros acima da Terra. Essas nuvens, que se formam durante o inverno, fornecem o ambiente químico ideal para as substâncias à base de cloro que destroem o ozônio.
Tais substâncias foram proibidas na década de 1980, mas seus resquícios permanecem no ambiente. Por enquanto, não foram encontradas evidências de que o vulcão em Tonga tenha afetado a camada de ozônio, mas isso pode ocorrer em breve, aumentando o buraco no céu sobre a região Antártica.
De toda forma, essa não parece ser uma grande preocupação dos cientistas neste momento. Um relatório da ONU divulgado em janeiro deste ano sugere que a camada de ozônio deverá se recuperar totalmente até meados de 2060.
A melhora é resultado do Protocolo de Montreal, assinado em 1987, que proibiu o uso de quase 100 produtos químicos sintéticos ligados à destruição da camada de ozônio. Sendo assim, os efeitos do vulcão em Tonga poderão ser neutralizados.