A Agência Espacial Europeia (ESA) pretendia enviar o primeiro rover do continente à Marte ao lado da Rússia, mas a recente Guerra da Ucrânia fez com que os planos fossem mudados. Nesta terça-feira (12), a ESA anunciou o fim da parceria com a Roscosmos, recebendo respostas hostis de autoridades do país de Putin.
As agências estavam trabalhando juntas na missão ExoMars, que tem como objetivo enviar o rover Rosalind Franklin ao planeta vermelho. Por lá, o robô deve coletar amostras do solo para serem posteriormente analisadas na Terra.
A Roscosmos entraria com o veículo de lançamento – um foguete Proton –, o módulo Kazachok e alguns instrumentos científicos. O lançamento deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiado devido a pandemia de Covid-19. A invasão da Ucrânia pela Rússia levou a outra suspensão, cancelando os planos de enviar o rover ao planeta vermelho em setembro de 2022.
A ESA deve procurar agora outras agências espaciais, como a NASA, para suprir o papel da Rússia na missão. Novos detalhes sobre o andamento da ExoMars devem ser revelados no dia 20 de julho.
A notícia não foi bem recebida por Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos, que instruiu os cosmonautas a bordo da ISS a suspender o uso do braço robótico europeu. A peça, que auxilia astronautas em caminhadas espaciais, manuseamento de carga, entre outras funções, está instalada no segmento russo da estação.
Rogozin disse ainda que irá trazer de volta a plataforma de pouso Kazachok, que está na Europa. Na missão, ela funcionaria como uma estação de pesquisa estacionária após a descida do rover em Marte.