Escola no Japão vai permitir que alunos usem robôs para frequentarem aulas
A fim de combater o aumento da evasão escolar, o Conselho Municipal de Educação de Kumamoto, no Japão, vai permitir que estudantes usem avatares robôs para participar das aulas remotamente em uma escola da cidade.
De acordo com o jornal japonês Mainichi, o programa piloto vai testar a iniciativa com dois robôs até março.
Os robôs, de um metro de altura, serão controlados por computador diretamente da residência dos alunos. Eles têm microfones, alto-falantes, câmeras e um tablet para comunicação bidirecional em sala de aula. Além disso, também possuem rodas para circularem pelas escolas.
Evasão escolar no Japão é afetada por saúde mental
Além de reduzir as taxas de evasão escolar, o objetivo da medida também é reduzir a ansiedade dos estudantes e atraí-los de volta ao convívio escolar de forma presencial. Isso porque parte da evasão escolar nas escolas do Japão é atribuída a problemas de saúde mental que surgiram durante a pandemia.
De acordo com o conselho, 2.760 alunos do ensino fundamental e médio de Kumamoto não frequentaram as aulas no ano letivo de 2022. O ano passado marca o quarto ano consecutivo de aumento desde 2018, com 1.283 alunos faltantes.
“Além de permitir que eles assistam às aulas, os robôs permitem que os alunos se movam livremente no espaço e se comuniquem com outras pessoas à sua vontade. Esperançosamente, isso pode ajudar a diminuir os obstáculos mentais dos alunos que faltam às aulas”, disse um funcionário do conselho educacional ao jornal.
O problema não é exclusivo do Japão: na Coreia do Sul, o governo anunciou que iria pagar um auxílio para jovens reclusos do país. Em janeiro, o conselho de Kumamoto já havia testado a participação on-line através de uma “sala de aula virtual”. O sistema recebeu avaliações positivas dos alunos, incluindo redução da ansiedade e aumento da autoestima. A despesa com os robôs deve custar aproximadamente 1,55 milhão de ienes (R$ 52.200).