Desde a última segunda-feira (8), estabelecimentos e locais públicos da Espanha passaram a ter que maneirar no ar condicionado para economizar energia.
O governo espanhol determinou na terça (2) que a temperatura em edifícios públicos, espaços comerciais, estações e aeroportos do país não pode ser menor que 27ºC no verão e superior a 19ºC no inverno.
Além do ar condicionado, as portas também devem permanecer fechadas durante o dia. Já as vitrines devem desligar suas luzes depois das 22h. A regra para todos é exibir um termômetro e uma placa com as regras de economia de energia.
O objetivo é poupar o consumo de energia e, em consequência, diminuir a dependência do petróleo e gás russos. O tema é controverso na Europa desde fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
La guerra en Ucrania nos exige ser más eficientes en el consumo de energía. Hoy aprobamos medidas urgentes de ahorro y eficiencia energética dirigidas a edificios administrativos, comerciales e infraestructuras de transporte.
Colaboremos en esta importante tarea que es de todos. https://t.co/pA5rQjAo52
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) August 1, 2022
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apelou para que a população entendesse a “necessidade urgente” de reduzir o consumo de energia.
Ele sugeriu que os funcionários do governo fossem trabalhar sem gravatas para reduzir a sensação do calor. “Pedi a ministros e chefes do setor público e privado que não usem gravatas a menos que seja necessário”, afirmou.
A Espanha concordou em reduzir de 7% a 8% do uso de gás, apesar de não ser 100% dependente do fornecimento de energia da Rússia. A medida fica em vigor até novembro de 2023.
A onda de calor espanhola está tão intensa em 2022 que o Serviço Meteorológico de Sevilha deu um nome ao aumento das temperaturas: “Zoe”. Em julho, o país registrou mais de 43ºC.
Mais cortes na Europa
Em julho, França, Grécia e Itália também anunciaram medidas para restringir o uso de energia. Os países sugeriram a restrição do ar condicionado em prédios públicos e exigiu que as temperaturas nesses locais não fossem menores que os 27ºC no verão.
Paris determinou uma multa de até 750 euros –mais de R$ 4 mil no câmbio atual– para empresas que deixarem ar condicionado ligado e portas abertas, registrou o jornal britânico The Guardian. Na Alemanha, a cidade de Hanover proibiu o uso de ventiladores e aquecedores móveis, exceto em hospitais e escolas.
A preocupação com o calor ganhou força na UE (União Europeia) nos últimos anos. Além da crise diplomática com a Rússia –seu principal fornecedor de gás e petróleo–, a Agência Internacional de Energia estima que o continente quase triplicará seu estoque de ar condicionado para 275 milhões de unidades até 2050.
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