Para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra neste domingo (20), a TV Globo vai exibir o especial “Sons de São Paulo”, produção que reconta a trajetória da black music na capital paulista com entrevistas de nomes importantes de várias cenas musicais.
De Liniker a Paula Lima. De Péricles a Thaíde, a ideia é mostrar a importância da black music dentro do movimento negro e a inserção de artistas negros no mercado da música. E também o fortalecimento da autoestima dos jovens de comunidades e periferias da cidade.
Apresentado pelas repórteres Mariana Aldano, Gabriela Dias e Denise Thomaz Bastos, o documentário, que vai ao ar logo depois do “Fantástico”, tem coordenação e reportagem do jornalista Fernando Lupo, com roteiro de Felippe Caetano.
O Giz Brasil conversou com Denise Thomaz Bastos, repórter que começou no setor de Esporte, mas hoje também participa de projetos do núcleo de jornalismo da Globo — ela também apresenta, com Luiza Vaz, o “Mistura Paulista” sobre os bairros de SP.
Para Denise, o “Sons de São Paulo” acertou diretamente em sua memória afetiva. “A música negra é união, é história. As festas na minha casa eram regadas a samba-rock, passinho. Minha mãe brincava, e, enquanto arrumava a casa, a gente ia dançando. A música está muito enraizada dentro de mim”, contou.
A pedido do Giz, Denise revelou a mensagem que o telespectador vai levar após assistir o documentário.
“Ouvir os pioneiros contando como tudo aconteceu, enxergar a evolução e o quanto os negros sempre se movimentaram para ser e estar é lindo. Entender o quanto estamos inseridos na transformação que a música negra trouxe para a sociedade e, principalmente, o quanto ela nos deu poder para saber quem somos, para mim é a melhor lição que fica.”
Mensagem é uma coisa que o rapper Thaide (da dupla com DJ Hum) sabe muito bem como passar para as pessoas. Em um trecho do “Sons”, ele fala sobre seu começo de trajetória. “Quando comecei a fazer as minhas primeiras letras, fui para os bailes black para me apresentar. E a primeira vez que eu fui, fiquei bobo: ‘mano, isso aqui é o paraíso, é aqui que eu quero ficar (risos)’. Mas a gente não faz só música. Tudo o que a gente faz é um ato de resistência. A nossa existência é um ato de resistência”, conta Thaíde.
Já Liniker, que acaba de ser premiado no Grammy Latino, comenta no especial a função de elo e mola propulsora que esse tipo de música tem entre os artistas negros: “É muito legal de sentir o ciclo se movimentando. Péricles é quem eu ouvia criança, e hoje, a gente está jogando essa energia juntos para o mundo”.
Para o Giz, Denise lembrou um trecho do especial que mais se identificou. “Todo o documentário te faz relembrar algum momento ou vivência. Quando vi o Nelson Triunfo, voltei à minha infância, vi aquela cabeleira pela primeira vez nas ruas do centro, mas não entendia que aquilo já era um movimento de resistência. Ouvir as músicas que eu ouvia em casa, me fez enxergar e entender o quanto vivi e vivo a música negra. Blues, samba-rock, rodas de samba, passinhos de black soul e, principalmente, o rap me formaram como pessoa. Fui em shows de Racionais, Sabotage e RZO. Minha visão de sociedade veio através do rap”, relembra a repórter.
Ela também indicou suas três músicas preferidas de artistas negros:
O “Sons de São Paulo – Música Negra” será exibido para todo o estado de São Paulo neste domingo, 20 de novembro, logo após o “Fantástico”.