Espécie de coruja descoberta na África Central já corre risco de extinção
Em 2016, pesquisadores confirmaram a presença de uma nova espécie de coruja na Ilha do Príncipe, localizada no arquipélago de São Tomé e Príncipe, na África Central. Agora, o animal foi descrito na revista científica ZooKeys.
Fatores como morfologia, cor, padrão de plumagem, vocalizações e genética levaram os pesquisadores a classificar a espécie como inédita. A ave recebeu o nome de Principe Scops-Owl, ou Otus bikegila.
“Otus” faz referência ao gênero do animal, enquanto “bikegila” é homenagem ao antigo coletor de aves e guarda florestal Ceciliano do Bom Jesus, que tem o termo como apelido.
Mais informações sobre a coruja foram publicadas na revista Bird Conservation International. Nessa, a equipe explicou que o animal pode ser encontrado na parte desabitada do sul da ilha. A população da ave ocupa uma área relativamente pequena, com cerca de 15 km².
Há cerca de 1.000 a 1.500 espécimes na ilha, os quais já correm risco de extinção. Segundo os cientistas, as corujas ocupam um espaço único e reduzido que pode ser afetado no futuro pela construção de uma hidrelétrica, por exemplo.
Por conta disso, a Principe Scops-Owl foi classificada como “criticamente ameaçada”, ocupando o nível de perigo mais alto na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
Apesar da espécie ter sido vista por cientistas em 2016, há relatos que apontam para suas primeiras aparições ainda na década de 1920. De toda forma, o reconhecimento do animal é importante para sua preservação, já que agora as autoridades podem criar políticas públicas para conservar o habitat em que as corujas vivem e impedir sua extinção.
A Ilha do Príncipe possui muitas espécies de aves endêmicas, ou seja, que só são encontradas naquele local. A Otus bikegila é a oitava já declarada dentro de uma área de apenas 139 km². Para fins de comparação, a Amazônia possui 6,7 milhões km².