Esqueleto do último tigre da Tasmânia ficou em armário de museu por 85 anos
Pesquisadores do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia encontraram o esqueleto do último tilacino, também conhecido como tigre-da-Tasmânia, desaparecido há mais de 85 anos.
O tigre da Tasmânia é da forma família dos cangurus (marsupiais) e mais parece uma mistura de várias espécies. Tem o corpo de um lobo, com listras nas costas, o rosto franzido como o de uma raposa, a cauda de um gambá e bolsa na barriga como os cangurus.
Os restos mortais estavam em um local no mínimo inusitado: esquecidos em um armário do museu. O esqueleto pertenceu a uma fêmea capturada por um caçador australiano. Acredita-se que tenha sido a última da espécie, oficialmente extinta em 1930.
“Durante anos, muitos curadores e pesquisadores de museus procuraram por seus restos sem sucesso, já que nenhum material de tilacino havia sido registrado”, contou o pesquisador Robert Paddle, em comunicado.
Por isso, os responsáveis pelo museu supunham que o corpo acabou sendo descartado. Isso só mudou quando uma das pesquisadoras encontrou um relatório inédito de um taxidermista que mencionava a entrada do animal em sua lista de trabalhos de 1937.
O registro explicou tudo. Em maio de 1936, o caçador vendeu o animal vivo a um zoológico. Mas não houve registro da descoberta: plantar armadilhas terrestres era ilegal e, por isso, o caçador poderia levar multa. Depois da morte do animal, o zoológico transferiu o corpo para o museu.
Lá, o taxidermista tirou a pele do animal cuidadosamente e deixou os ossos inteiros. Isso poderia facilitar o transporte do esqueleto para demonstrações fora do museu. “É agridoce que o mistério em torno dos restos mortais do último tilacino tenha se resolvido”, disse a diretora do museu, Mary Mulcahy.
“Desextinção” do tigre da Tasmânia
A descoberta da ossada do tigre da Tasmânia abre caminho para a pesquisa que deseja “desextinguir” a espécie.
Em agosto, pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, começaram a trabalhar com uma empresa norte-americana para recuperar o DNA, recombiná-lo e realizar uma fertilização in vitro.
A equipe deve escolher um animal parecido para levar o feto e, assim, dar vida novamente ao tilacino. A equipe possui o DNA do tigre e já usou os dados para fazer o sequenciamento do genoma.