Estudo associa aumento rápido da placenta ao risco de hipertensão exclusiva da gravidez
A placenta é o único órgão que contém tecido tanto da mãe quanto do filho. Por isso, exerce um papel muito importante durante a gravidez, fornecendo uma ligação vital entre os dois.
Contudo, apesar de seu papel fundamental, pouco se sabe sobre como o crescimento da placenta é regulado. Agora, um novo estudo identificou que o crescimento mais rápido do órgão pode contribuir para o risco de pré-eclâmpsia e para o parto prematuro.
Os resultados foram publicados na revista Nature Genetics.
Entenda a pesquisa
Compreender o crescimento da placenta é importante, porque quando ela é muito pequena ou muito grande os bebês têm maior risco de complicações. Por isso, pesquisadores realizaram um estudo genético relacionado ao órgão.
Dessa forma, eles identificaram 40 variações no código genético associadas a quão grande uma placenta pode ser. Algumas delas também têm relação com o peso do bebê.
Em geral, a equipe descobriu que, quando o código genético do feto indicava que a placenta cresceria mais, havia um maior risco de pré-eclâmpsia na mãe. Eles não encontraram a mesma associação da doença com o peso do bebê.
“Isso pode ocorrer porque a placenta cresce muito rápido, o que pode perturbar o equilíbrio entre a demanda do bebê por recursos e o quanto a mãe é capaz de fornecer, o que pode ser um fator na pré-eclâmpsia que ocorre no final da gravidez”, disse Pål R. Njølstad, autor do estudo.
Além disso, o crescimento da placenta está relacionado com a duração da gravidez – aquelas que crescem mais rapidamente também foram associadas a uma gravidez mais curta.
Por fim, os pesquisadores também encontraram uma relação entre a insulina produzida pelo bebê e o crescimento da placenta. Eles acreditam que, por isso, o órgão tende a ser grande em gestações em que a mãe é diabética.
O que é a pré-eclâmpsia
A ciência ainda não compreende completamente como a pré-eclâmpsia se desenvolve. No entanto, detectá-la precocemente é essencial para evitar problemas de saúde graves para a mãe e o bebê.
Em geral, a pré-eclâmpsia causa pressão arterial alta. Assim, alguns órgãos da mãe, como os rins e o fígado, podem parar de funcionar adequadamente.
Por enquanto, os pesquisadores acreditam que este estudo é apenas o ponto de partida para pesquisas futuras. Ainda é necessário compreender o desenvolvimento da placenta ao longo da gravidez.