Estudo de autópsias mostram vírus da Covid-19 alojados no cérebro
Um estudo feito por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), nos EUA, provou que o vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, pode se espalhar pelo corpo inteiro. Os cientistas chegaram a essa conclusão após analisar amostras de tecido das autópsias de 44 pacientes que morreram em decorrência da doença.
As autópsias aconteceram entre abril de 2020 e março de 2021. Nenhuma das pessoas analisadas havia recebido vacina contra o coronavírus. Dentre os pacientes, 30% eram do sexo feminino e a idade média foi de 62,5 anos. Mais de 60% dos infectados apresentavam três ou mais comorbidades.
A equipe estudou o sistema nervoso de 11 dos pacientes. Eles detectaram RNA e proteínas do vírus no hipotálamo e cerebelo de um paciente e na medula espinhal e gânglios da base de outros dois. No entanto, foram encontrados poucos danos ao tecido cerebral.
Como o esperado, foram identificados sinais do vírus principalmente nas vias aéreas e no tecido pulmonar. Por outro lado, o patógeno também deixou marcas em outros 84 cantos do corpo e fluidos corporais, aparecendo mesmo oito meses após a morte dos pacientes.
Os pacientes levaram em média 18,5 dias para falecer desde o início dos sintomas. Dessa forma, os cientistas confirmaram a replicação do vírus em vários locais não respiratórios durante as duas primeiras semanas após as manifestações iniciais da doença. O estudo completo foi publicado na revista científica Nature.