O Google é o melhor amigo dos zumbis da madrugada. Basta chegar o ápice da noite para que muitos indivíduos peguem seus celulares e comecem a pesquisar as questões mais absurdas possíveis.
A indagação a seguir com certeza já tirou o sono de muitas pessoas. Afinal, por que alguns cocôs boiam e outros afundam?
Felizmente, há uma resposta para isso. Ela começou a ser desenhada na década de 1970 pelos pesquisadores Michael Levitt e William Duane. Os cientistas coletaram fezes flutuantes de 13 pessoas e retiraram todo o gás interno do dejeto. Assim, concluíram que o cocô boiava devido a quantidade de gás presente, e não pelo teor de gordura, como era disseminado até então.
A dupla acreditava que o gás estava ligado a bactérias intestinais, que fermentavam carboidratos nas fezes e geravam gás metano. Mas faltava confirmar a hipótese.
Isso foi feito agora por cientistas da Mayo Clinic, nos EUA. A equipe notou que os camundongos criados para não ter bactérias intestinais sempre produziam fezes que afundavam, enquanto metade dos camundongos não modificados liberavam dejetos que boiavam.
Após a observação, os pesquisadores resolveram injetar bactérias intestinais retiradas das fezes de camundongos comuns naqueles que eram considerados livres de germes. A história mudou e parte dos cocôs passaram a flutuar.
Foram identificadas nos roedores uma série de bactérias produtoras de gás, como as Bacteroides ovatus e Bacteroides uniformis, conhecidas por aumentar a produção de metano e a frequência de flatulências nas pessoas. O estudo completo foi publicado na Scientific Reports.
Cerca de 10% a 15% das pessoas liberam com frequência fezes que boiam na água da privada. O restante costuma fazer cocôs que afundam. Nos próximos passos da pesquisa, os cientistas pretendem isolar as bactérias e descobrir quais delas são responsáveis pelo maior nível de gás nos dejetos.
O comportamento de boiar ou afundar das fezes parece estar ligado a condições genéticas, dieta e até mesmo ao ambiente em que a pessoa está inserida. Porém, os pesquisadores ainda não sabem dizer com certeza qual tipo de cocô é mais saudável. Se notar alguma irregularidade durante ou após a evacuação, procure um médico.