Um novo estudo publicado na revista Clinical Toxicology apontou um crescimento de 245% no número de jovens dos Estados Unidos que usam maconha. Esse número, inclusive, supera os casos de abuso de álcool – que vem caindo constantemente ao longo dos anos.
A pesquisa envolveu a análise de 338,7 mil ocorrências nas últimas duas décadas de abuso intencional ou uso indevido de substâncias por crianças norte-americanas de 6 a 18 anos.
Segundo esses dados, entre os anos de 2000 e 2013, os casos de abuso de álcool excederam o número de casos de maconha. Porém, essa conta se inverteu a partir de 2014, e apresentando uma tendência de crescimento – principalmente a partir de 2017.
O estudo também sugere que os adolescentes estão deixando de fumar maconha para optar por modos alternativos de consumo. Apesar de todos os tipos de abuso maconha estarem aumentando, a maconha comestível se mostrou a que mais teve um aumento médio mensal em comparação com todas as outras formas disponíveis.
A explicação para esse crescimento é atribuída à popularidade de produtos comestíveis de cannabis, amplamente disponíveis nos EUA, e sendo uma opção mais atraente, discreta e conveniente para os jovens.
Contudo, os pesquisadores alertam que isso não significa necessariamente que a maconha comestível seja menos prejudicial.
“Em comparação com fumar maconha, que normalmente resulta em uma euforia imediata, a intoxicação por formas comestíveis de maconha geralmente leva várias horas, o que pode levar alguns indivíduos a consumir quantidades maiores e experimentar efeitos inesperados e imprevisíveis”, disse Adrienne Hughes, uma das autoras do estudo, ao site EurekaAlert.
De acordo com as ocorrências registradas, mais de 80% das ingestões de substâncias notificadas ocorreram entre jovens de 13 a 18 anos – a maioria deles (58,3%) são relatados entre homens. Além disso, mais de 32% dos casos de abusos foram classificados como “resultados clínicos piores do que menores”.
Atualmente, 19 estados dos Estados Unidos legalizaram a maconha para uso recreativo por adultos e 36 estados para fins médicos.