Estudo revela violência generalizada nos campos agrícolas do neolítico

Pesquisadores encontraram sinais de ferimentos com pedras e machados no crânio de agricultores que viveram durante o período da Pedra Polida
Estudo revela violência generalizada nos campos agrícolas do neolítico
Imagem: Proceedings of the National Academy of Sciences/Reprodução

O neolítico, também conhecido como período da Pedra Polida, marca o momento em que os humanos se tornaram sedentários e passaram a investir na agricultura. Por muito tempo, cientistas acreditaram que essa teria sido uma era de cooperação, em que sociedades viviam em harmonia.

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Um novo estudo publicado na revista científica PNAS mostra que a história não é bem assim. Na verdade, é possível que tenham ocorrido diversos conflitos armados entre comunidades da Europa cerca de 8.000 a 4.000 anos atrás.

A equipe formada por bioarqueólogos de diferentes instituições internacionais chegou à conclusão após analisar ossos da cabeça de 2.300 agricultores que viveram em 180 locais entre 6.000 e 2.000 a.C. As evidências foram encontradas na Dinamarca, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Suécia.

Segundo os pesquisadores, mais de 10% dos crânios apresentavam ferimentos causados por golpes de machados ou pedras. Também foram identificadas lesões penetrantes na cabeça, provavelmente provocadas por flechas.

Os cientistas também notaram que alguns dos corpos haviam sido sepultados durante enterros em massa. Isso significa que comunidades inteiras podem ter sido destruídas de uma só vez durante os conflitos.

Não é possível falar com certeza o que levou as populações a se rebelarem durante o neolítico. A principal hipótese da equipe leva em conta a mudança da base econômica que ocorreu na sociedade.

“Com a agricultura veio a desigualdade e aqueles que tiveram menos sucesso podem ter utilizado a invasão e a violência coletiva como uma estratégia alternativa para o êxito, com os resultados, agora, cada vez mais reconhecidos arqueologicamente”, concluiu Martin Smith, pesquisador da Universidade Bournemouth e autor do estudo, em comunicado.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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