Estudo sugere que mutação genética impediu o ser humano de ter cauda
Você já se perguntou por que os humanos não têm cauda, enquanto outros mamíferos, como macacos, cachorros e gatos, têm? A resposta pode estar em uma mutação genética que ocorreu há milhões de anos em nossos ancestrais, segundo um novo estudo publicado na revista Nature.
Os pesquisadores, liderados pelo biólogo molecular James Noonan, da Universidade de Yale (Estados Unidos), analisaram o DNA de 32 espécies de mamíferos. A lista incluía humanos, chimpanzés, ratos e vacas, e visava apontar as diferenças genéticas que determinam a presença ou ausência de cauda.
No estudo, eles descobriram que os humanos e outros primatas sem cauda, como gorilas e orangotangos, têm uma alteração em um gene chamado T (ou Brachyury), que é essencial para o desenvolvimento da cauda no embrião.
Assim, essa alteração, chamada de elemento regulador de cauda perdida (ou TLE, na sigla em inglês), impede que o gene T seja ativado na região posterior do corpo, onde a cauda deveria se formar.
Mutação antiga impediu o crescimento da cauda
O grupo acredita que a perda da cauda foi uma adaptação vantajosa para esses animais, que passaram a viver em ambientes mais terrestres e a usar as mãos para manipular objetos.
“Uma cauda pode ser vantajosa quando você vive em árvores. Porém, assim que você faz a transição para a terra, pode ser mais um risco”, disse à agência Reuters o biológo Itai Yanai, que liderou o estudo.
No entanto, o gene T não é o único responsável pela cauda. Os pesquisadores também identificaram outros genes que estão envolvidos na formação, no tamanho e na forma do rabo em diferentes espécies.
Por exemplo, eles descobriram que os ratos têm uma duplicação de um gene chamado Fgf8, que aumenta o crescimento da cauda. Enquanto os gatos têm uma variação de um gene chamado Dkk4, que afeta a curvatura do rabo.