A Administração Federal de Aviação dos EUA e o Departamento de Transporte dos EUA emitiram, nesta quarta-feira (27), uma regra provisória que proíbe o transporte de células e baterias de íon lítio como carga em aviões de passageiros. Além disso, ela estabelece um limite de 30% de carga nas baterias transportadas por aviões cargueiros.
As baterias de íon lítio têm uma possibilidade não negligenciável de explodir, o que é, naturalmente, uma razão para ter cuidado com a sua presença nos aviões. A mudança de regras de quarta-feira foi, na verdade, exigida pela Organização da Aviação Civil das Nações Unidas para todos os países membros em 2016. No Brasil, essa proibição foi colocada em prática pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) naquele ano mesmo. Como observa o TechCrunch, os regulamentos atualizados estão apenas codificando essa diretiva nas regras de aviação dos EUA.
Mas, tirando cenários raros, como a proibição de aparelhos Galaxy Note 7 potencialmente explosivos, a nova regra não afeta o direito do passageiro de transportar dispositivos alimentados por baterias desse tipo em vôos — algo que criaria enormes transtornos às viagens aéreas, já que são uma das mais tipos comuns de baterias usados em eletrônicos de consumo.
Uma captura de tela de um teste de 2014 da Administração Federal de Aviação dos EUA em seu centro técnico em Atlantic City, Nova Jersey. Foto: FAA/AP
É mais fácil para a tripulação ou para os próprios passageiros lidar com uma bateria flamejante no espaço aberto da cabine do que empacotada em um espaço para carga bastante inacessível. Além disso, algumas medidas automatizadas de combate a incêndios são menos eficazes em casos de queima de bateria.
Orientações da Administração Federal de Aviação dos EUA emitidas em 2018 observam que despachar baterias de íons de lítio sobressalentes na bagagem é proibido e que os passageiros devem ser advertidos para remover essas baterias e transportá-las na cabine de passageiros:
Incidentes de fumaça e incêndio envolvendo baterias de lítio podem ser mitigados pela tripulação de cabine e passageiros dentro da cabine da aeronave.
Se uma bagagem de mão for despachada no portão ou no avião, baterias de lítio sobressalentes, cigarros eletrônicos e dispositivos devaping devem ser removidos da bagagem e mantidos com o passageiro na cabine da aeronave. Mesmo na bagagem de mão, esses itens devem ser protegidos contra danos, ativação acidental e curto-circuito. Terminais não selados na carcaça da bateria pelo fabricante devem ser cobertos com fita adesiva e colocados em bolsas separadas para evitar curtos-circuitos.
Como o Engadget nota, a maioria dos viajantes não será impactada por regras sobre embarques de carga, mas a mudança pode afetar os tempos de espera para as pessoas que fazem pedidos de compra de longa distância para baterias, já que terão que esperar por voos de carga. Outra consequência é que dispositivos com baterias desse tipo podem passar a ser vendidos, tanto online quanto em lojas físicas, descarregados, e não preparados e prontos para serem usados, como são hoje.
[FAA via Engadget/TechCrunch]