Exercício físico pode ajudar a proteger o cérebro de idosos do Alzheimer, sugere estudo

Novo estudo analisou idosos que se exercitavam e concluíram que as atividades poderiam ajudar a retardar os efeitos do mal de Alzheimer.
Homem correndo em jardim
Leon Neal/Getty Images

Pessoas com alto risco de ter mal de Alzheimer podem conseguir retardar os efeitos da atrofia de seus cérebros por meio de exercício aeróbico, segundo um novo estudo. As conclusões são uma ótima notícia para pessoas com a condição que, infelizmente, é impossível de tratar.

Pesquisadores do Medical Center da UT Southwestern recrutaram 70 adultos com idade superior a 55 anos para a amostra. Os voluntários tinham histórico de leve declínio cognitivo, o que costuma ser um precursor da demência, e eram relativamente sedentários. Metade foi escolhida aleatoriamente para começar a fazer exercícios aeróbicos — o equivalente a atividades de quatro a cinco vezes por semana — enquanto a outra metade do grupo de controle começou a se alongar regularmente. Ambos os grupos incorporaram essas ações às suas rotinas por um ano.

Pesquisas indiretas continuam a sugerir que atividades físicas podem ser uma das poucas intervenções capazes de prevenir o Alzheimer em algumas pessoas. Mas os autores deste novo estudo, publicado no mês passado no Journal of Alzheimer’s Disease, dizem que seu trabalho é o primeiro do tipo a observar o impacto de exercícios no cérebro e na memória das pessoas em um público com alto risco de desenvolver o Alzheimer.

Para ser franco, essas novas descobertas não são lá tão sensacionais. Embora ambos os grupos tenham reportado uma pequena melhoria na função de memória naquele ano, os que se exercitaram de forma mais vigorosa não tiveram uma melhoria tão significante comparado com os que só se alongavam. Isso pode significar que qualquer tipo de exercício pode ajudar pessoas com pequeno declínio cognitivo a serem mais saudáveis, mas não necessariamente o que os autores estavam esperando encontrar.

No entanto, quando os autores observaram de perto os cérebros dos voluntários, eles encontraram um padrão intrigante.

Ambos os grupos tiveram, em média, encolhimento cerebral e um acúmulo de placa amiloide — a forma robusta e insolúvel de amiloide que, supostamente, tem relação com a progressão da doença (e pode ou não ajudar a explicar como o Alzheimer destrói o cérebro). Mas aqueles que tinham placa inicial e que se exercitaram por um ano tiveram menos encolhimento do hipocampo, uma região do cérebro crucial para nossa memória e uma das primeiras áreas que o Alzheimer corrói.

“É interessante que o cérebro dos participantes com amiloide tenha respondido mais ao exercício aeróbico que os outros”, disse o autor do estudo Rong Zhang, professor de neurologia do Instituto de Exercício e Medicina Ambiental da UT Southwestern, em comunicado divulgado pela universidade. “Embora as intervenções não impedissem o hipocampo de diminuir, a redução da taxa de atrofia através do exercício poderia ser uma revelação importante”.

Novamente, isso não é um divisor de águas, pelo menos até o momento. É um pequeno estudo piloto com os resultados mais promissores provenientes de um grupo ainda menor de voluntários. E, como tantas intervenções em potencial para o tratamento de Alzheimer, sobretudo drogas antiamiloides, é mais do que possível que estudos maiores não consigam encontrar nenhum efeito importante da atividade física em pessoas que já estão a caminho da demência.

Dito isso, alguns estudos mostraram que as pessoas ativas têm maior probabilidade de ter cérebros mais saudáveis na velhice. E dados os muitos benefícios para a saúde do exercício além do cérebro, especialmente para pessoas idosas que não são ativas, sempre vale a pena ser mais ativo fisicamente. Quanto à forma como o condicionamento físico afeta a doença de Alzheimer, em particular, ainda são necessários mais estudos para corroborar a tese.

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