Prever ciclones tropicais nem sempre é tarefa fácil. Muitas vezes, eles se formam em regiões que os satélites não conseguem alcançar, o que atrapalha na hora de notificar populações afetadas. Isso prejudica não apenas comunidades locais, mas também o meio ambiente.
Agora, pesquisadores podem ter encontrado a solução para o problema. O programa STORM (Sea Turtles for Ocean Research and Monitoring) está utilizando tartarugas marinhas para coletar informações meteorológicas e oceânicas para prever ciclones.
As tartarugas foram escolhidas para prever ciclones por serem animais que migram, em média, 15 mil quilômetros durante toda sua vida. Dessa forma, acabam passando em algum momento por regiões de baixa pressão.
O projeto é monitorado por cientistas do Centro de Atendimento Kelonia e do Laboratório de Atmosfera e Ciclone da Universidade de La Réunion. Nos últimos dois anos, o STORM já enviou 34 tartarugas à missão.
Os pesquisadores utilizam no estudo animais que foram capturados acidentalmente por pescadores. Todos passam por reabilitação e são depois devolvidos às águas das Ilhas Reunião, território francês localizado no Oceano Índico.
As tartarugas retornam ao oceano com um equipamento grudado em seu casco. Estes sensores, denominados “etiquetas Argos”, não interferem no comportamento animal e transmitem dados em tempo real sobre temperatura da água, salinidade e níveis de condutividade no oceano. Tais informações ajudam os cientistas a prever ciclones e seus efeitos para a costa.
E não são apenas os meteorologistas que ganham com este estudo. O projeto STORM permite que biólogos tenham uma melhor compreensão sobre o comportamento oceânico de tartarugas marinhas. O ambiente agradece.