Exposição a luz azul não prejudica só os olhos mas também a pele, diz estudo
Novos estudos mostraram que a exposição à luz azul – aquela que recebemos nas telas de celulares e computadores – não é só maléfica aos nossos olhos, mas também pode prejudicar a nossa pele do rosto.
“O que sabemos é que há evidências de mudanças prejudiciais óbvias com a exposição à luz azul e vale a pena proteger nossa pele dela”, disse a médica dermatologista Michele Farber, do Grupo Dermatologista Schweiger, de Nova York.
Uma pesquisa de 2015 do Charité, hospital afiliado da Universidade Humboldt e Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, apontou que a luz azul pode despertar espécies reativas de oxigênio – moléculas instáveis que reagem e danificam as células da pele, acelerando o envelhecimento.
Até agora, especialistas identificaram que a luz danifica a pele de quatro formas, como apontou a médica dermatologista norte-americana Marie Hayag ao site CNET:
- Induz o estresse oxidativo, que pode levar à inflamação e degeneração do colágeno, um dos principais responsáveis por manter a firmeza da pele
- Interrompe a atividade de melanócitos, células que, descompensadas, levam à pigmentação irregular e excessiva
- Contribui para o fotoenvelhecimento, aquele induzido pelas ondas de luz (o mesmo que ocorre ao passar muito tempo ao sol)
- Enfraquece a camada externa e atrasa a recuperação de estressores diários da pele
A preocupação não se dá ao acaso. Nosso tempo de tela nunca foi tão alto: na pandemia, a população brasileira aumentou sua exposição à luz azul em mais de 60%. O índice integrou o ELSA-Brasil (Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto).
Apesar do fim da pandemia, que alavancou o trabalho remoto e o maior tempo em frente à televisão e computadores, o número serve de alerta às gerações mais jovens, que tendem a trabalhar em frente às telas por mais tempo em carreiras e entretenimento quase que 100% digitalizados.
De onde vem a luz azul – e como se proteger dela
A luz azul é a de maior energia no espectro visível. Um exemplo: ela é geralmente definida como luz visível de 380 a 500 nanômetros de ondas. Já a luz UV, que é a radiação invisível, irradia ondas de 100 a 380 nanômetros.
Quando ficamos muito expostos, a luz azul consegue prejudicar a pele porque penetra mais profundamente que os comprimentos de onda com energia mais baixa.
Por isso, a orientação é que quem tem muito tempo de tela use protetor solar diariamente – mesmo sem se expor ao sol. Filtros com cor oferecem uma camada extra de proteção.
Outra sugestão é manter o modo noturno ativado e usar óculos com bloqueadores de luz azul. Eles não protegerão apenas seus olhos, mas também a pele ao redor deles, que costuma ser sensível. E o principal: se for possível, reduzir o tempo de tela.