Facebook fecha o cerco contra grupo de teoria da conspiração QAnon

Em uma cruzada para impedir que os apoiadores de QAnon continuem em sua plataforma, o Facebook anunciou nesta semana uma série de novas restrições com o objetivo de limitar a propagação online do movimento de conspiração. A partir de agora, a rede social vai rejeitar anúncios que “elogiem, apoiem ​​ou representem movimentos sociais militarizados”, incluindo […]
Facebook bloqueia anúncios do grupo conspiratória QAnon. Imagem: Kyle Grillot (Getty Images)
Imagem: Kyle Grillot/Getty Images

Em uma cruzada para impedir que os apoiadores de QAnon continuem em sua plataforma, o Facebook anunciou nesta semana uma série de novas restrições com o objetivo de limitar a propagação online do movimento de conspiração.

A partir de agora, a rede social vai rejeitar anúncios que “elogiem, apoiem ​​ou representem movimentos sociais militarizados”, incluindo QAnon, grupos anarquistas e milícias autoproclamadas – como a multidão violenta que invadiu Kenosha, Wisconsin, em agosto deste ano, após uma publicação no Facebook. Páginas e grupos que estiverem restritos, mas não foram removidos, também terão seu conteúdo deixado por último nos feeds de notícias de seus seguidores. Em agosto, a empresa reduziu a visibilidade de quase 2.000 grupos, e mais de 10.000 contas do Instagram vinculadas ao QAnon estão com revisão pendente.

O Facebook também está tomando medidas adicionais para indicar fontes confiáveis aos usuários ​​ao procurarem hashtags relacionadas à segurança infantil, como #savethechildren, que os apoiadores do QAnon empregam como parte de seu esforço de recrutamento.

“Começando hoje (30 de setembro), direcionaremos as pessoas a recursos confiáveis ​​de segurança infantil quando procurarem determinadas hashtags sobre o assunto. Além disso, o conteúdo sobre QAnon e segurança infantil é elegível para verificação de fatos por meio de nosso programa de verificação de terceiros”, disse a empresa em um comunicado oficial.

Outra ação da companhia é rotular e rebaixar conteúdo desmascarado por seus verificadores de fatos terceirizados, bem como filtrar esse conteúdo da aba Explorar do Facebook e dos resultados de pesquisa de hashtags no Instagram.

Para quem não está familiarizado com o assunto, o QAnon é um grupo maluco de teóricos da conspiração de extrema direita que, de alguma forma, meteu na cabeça que uma rede secreta de atores de Hollywood, membros da elite liberal e membros do governo estão tentando derrubar o presidente Donald Trump e seus apoiadores. Os adeptos alegam que o suposto grupo adora Satanás e opera uma rede de sexo infantil – daí a criação de hashtags relacionadas à segurança infantil. O movimento gerou um monte de postagens no 4chan, 8chan e 8kun de uma figura misteriosa chamada “Q”, que alegou possuir informações governamentais de alto nível.

Apesar de parecer absolutamente ridículo, grupos relacionados ao QAnon no Facebook e Instagram ganharam cerca de 4,5 milhões de seguidores nos últimos dois anos antes que o Facebook começasse sua repressão em agosto. Mais de uma dúzia de adeptos do QAnon concorreram a cargos, alguns dos quais foram endossados ​​por Trump, que também divulga repetidamente as teorias da conspiração sem evidências.

Muitos usuários criticaram os esforços do Facebook, dizendo que a rede social não fez nada ou quase nada, citando as consequências perigosas e ocasionalmente violentas da propaganda viral sobre a pandemia global em curso, a eleição presidencial e os protestos generalizados pela reforma da polícia.

O candidato presidencial democrata, Joe Biden, acusou o Facebook de cumplicidade com os esforços do Partido Republicano para roubar a eleição de 2020 por meio de campanhas eleitorais de desinformação. No início desta sexta-feira (2), o Comitê de Comércio do Senado decidiu intimar o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, junto com os chefes do Google e do Twitter, para testemunhar sobre a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que protege as empresas de tecnologia da responsabilidade pela maioria dos tipos de conteúdo postado pelos usuários.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas