Caso você não esteja sabendo, o Facebook está trabalhando em uma criptomoeda. Muitos rumores sobre o projeto secreto, de codinome Libra, estão circulando há algum tempo. Na semana passada, vimos novas informações que apontam para um provável lançamento oficial em 18 de junho.
Então, o que sabemos até agora?
Há algumas semanas, a BBC informou que a criptomoeda seria chamada GlobalCoin, mas parece que não vai ser bem isso. A Reuters disse que o Facebook registrou uma empresa chamada Libra Networks na Suíça, o que significa que há uma boa chance de que a gigante das redes sociais escolha Libra como nome.
Mas, mesmo que a BBC tenha entendido o nome errado, parece que a nova criptomoeda será o que se chama de stablecoin ou moeda estável, em tradução livre. Em comparação com a volatilidade que você pode esperar das criptomoedas “regulares”, as moedas estáveis estão atreladas a moedas reais, como o dólar dos EUA, para proteger contra flutuações de preços. De acordo com o TechCrunch, o Facebook está procurando estabilizar sua criptomoeda contra múltiplas moedas internacionais — não apenas o dólar — bem como títulos de baixo risco.
No que se refere aos usos da criptomoeda, o TechCrunch diz que os usuários que enviam dinheiro via Messenger ou WhatsApp, também pertencentes ao Facebook, serão isentos de taxas. Enquanto isso, o Information diz que clientes também poderão usar caixas eletrônicos para trocar dinheiro tradicional pela criptomoeda.
Isso faz sentido, já que as primeiras informações indicavam que o alvo desse projeto do Facebook são remessas internacionais e usuários sem contas bancárias. No final de 2018, a Bloomberg informou que o Projeto Libra deveria funcionar com o WhatsApp, que é popular em economias emergentes como a Índia. O país também é o líder mundial em remessas internacionais.
Com relação à criptomoeda, o Facebook também parece estar ciente de que sua reputação não é a melhor do mundo. Ele está em negociações para criar uma fundação para supervisão independente, de acordo com o Information.
A empresa também está oferecendo parcerias a organizações para ajudar a gerenciar a criptomoeda, desde que elas paguem US$ 10 milhões pelos direitos de rodar um nó da rede. Isso irá, teoricamente, descentralizar o poder do Facebook sobre sua moeda e deverá render à gigante de mídia social até US$ 1 bilhão de forma rápida.
A descentralização da governança pode ser vista como uma tentativa bastante cínica do Facebook para evitar a regulamentação. No entanto, várias matérias dizem que a rede social tem estado em contato com vários órgãos reguladores, incluindo o Tesouro dos EUA, a Western Union e o Banco da Inglaterra.
Querendo saber mais sobre isso, o comitê do Senado dos EUA que cuida de questões financeiras e bancárias emitiu uma carta aberta ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, questionando como a empresa planejava implementar a criptomoeda e que tipo de proteção ao consumidor ela espera implementar.
Acima de tudo, os funcionários do Facebook que trabalham com a criptomoeda também podem optar por desistir do dinheiro tradicional para sempre. O Information também informa que eles terão a opção de serem pagos na criptomoeda do Facebook.
Claro, nenhuma dessas informações é confirmada oficialmente, mas todos os sinais apontam para um grande lançamento em breve. Até lá, você continua usando o dinheiro emitido pelo governo, um sistema testado e aprovado e que vem funcionando há séculos.