Fantasias de Halloween com Jeffrey Dahmer são sofrimento para famílias, diz mãe de vítima
Após o sucesso da série "Dahmer: Um Canibal Americano" e a aproximação do Halloween nos EUA, fantasias imitando o visual de serial killer estão populares
Com o sucesso estrondoso da série “Dahmer: Um Canibal Americano”, da Netflix, e a aproximação do Halloween nos Estados Unidos, dia 31, fantasias imitando o visual do serial killer Jeffrey Dahmer estão super populares. No entanto, isso tem potencializado diversos traumas nos familiares das vítimas.
Perucas loiras, os óculos do assassino e até camisas parecidas com as que o ator Peter Evans usa na série, estão sendo vendidas em sites como eBay. Por outro lado, em entrevista ao TMZ, Shirley Hughes, a mãe do deficiente auditivo Tony Hughes morto pelo serial killer, falou sobre a dor e os gatilhos que tem vivido nos últimos tempos, após o sucesso da série e popularização do look de Jeffrey Dahmer.
“Ver uma série de sucesso da Netflix sobre o serial killer já causa muitos gatilhos. Ver pessoas se vestindo como o assassino causa novos traumas”, lamentou. Shirley expôs ainda como é doloroso acompanhar o streaming e tantas lojas lucrando com a morte do filho, enquanto nenhuma das famílias das vítimas viu um centavo. Ela acha que todos os anúncios do eBay deveriam ser retirados ou, no mínimo, dar os lucros às famílias.
Enquanto as pessoas podem se vestir como Dahmer por diversão, a dor nunca passa para ela. Ao TMZ ela disse que, se a Netflix não tivesse transmitido a produção sobre o canibal, nenhuma das famílias teria esse sofrimento novamente e consequentemente, não haveria fantasias de Jeffrey no Halloween.
Imagem: Reprodução/eBay
Ela acrescentou: “Dahmer era puro mal, não entendo como as pessoas que escolhem se vestir como ele e conseguem dormir à noite”. Recentemente, Shirley conversou com o The Guardian e disse que a série não contava a história correta sobre a morte de seu filho. “Não aconteceu assim [como mostrado na série]”. Shirley, no entanto, não chegou a dar sua versão sobre a morte do filho.
Imagem: Reprodução/Etsy
Com o sucesso da série na Netflix e a popularização do serial killer, camisetas com o rosto de Jeffrey Dahmer e objetos similares aos seus estão fazendo sucesso. Por mais que fantasias do assassino tenham sido retiradas de sites, outros elementos têm conquistado o público. Um exemplo é o site Etsy, que está vendendo diversos equipamentos com o tema do serial killer.
Um porta-voz do eBay disse ao TMZ que a empresa tem políticas que proíbem listagens que glorificam o ódio, a violência e as atividades criminosas – e as vendas de Dahmer claramente se encaixam na conta. Conforme listada no site, não há espaço para “itens intimamente associados ou que beneficiem criminosos violentos, seus atos ou cenas de crimes nos últimos 100 anos”.
Imagem: Reprodução/eBay
O TMZ ainda alerta que não é difícil de vestir os looks como de Jeffrey. Segundo o site, os interessados provavelmente vão fazer isso se conseguirem na Internet ou em outro lugar – apesar do clamor das famílias das vítimas. Dahmer matou 17 pessoas entre 1978 e 1991. Ele praticou canibalismo, necrofilia e preservação das partes do corpo. O assassino foi espancado até a morte na prisão enquanto cumpria parte de sua pena em 1994.
“Dahmer: Um Canibal Americano”
Dividida em dez episódios, a produção da Netflix “Dahmer: Um Canibal Americano” explora a maneira como o personagem conseguiu escapar das sentenças de prisão da época, das mortes que ele cometia e da atuação falha da polícia de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Criada por Ryan Murphy e protagonizada por Evan Peters, “Dahmer: Um Canibal Americano” tem feito bastante sucesso com o público. De acordo com a própria Netflix, pela segunda semana seguida, a produção ficou no topo da lista de séries em inglês. Com 299,84 milhões de horas de visualização, se tornou a segunda série de língua inglesa mais assistida em uma semana, atrás apenas de “Stranger Things 4”.
Apenas 12 dias após a estreia, a série também entrou na lista de mais populares, em nono lugar, com 496,05 milhões de horas de exibição. Com isso, a Netflix concluiu que em menos de duas semanas, 56 milhões de residências já assistiram à minissérie. Relembre o trailer da produção:
Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem
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