Ciência

Fazer jejum pode ajudar a viver mais? Veja o que diz a ciência

Estudos apontam os efeitos positivos do jejum na saúde. Entretanto, é preciso a orientação de um profissional para aproveitar os benefícios
Imagem: Freepik/Reprodução

Nos últimos anos, o jejum tem ganhado fama como uma prática que pode influenciar positivamente a longevidade e a saúde. Mas será que isso é verdade?

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Na prática, essa mania contemporânea tem suas raízes em décadas de pesquisas científicas. Os estudos apontam que a restrição calórica extrema — que envolve uma redução de 20% a 40% das calorias — pode prolongar significativamente a vida de várias espécies.

No entanto, a novidade é que o momento das refeições pode ser igualmente importante para a longevidade. Em 2022, um estudo do Southwestern Medical Center, da Universidade do Texas, nos EUA, acompanhou centenas de ratos por quatro anos e revelou resultados importantes.

Apenas a restrição calórica já aumentou a expectativa de vida dos ratos em 10%. Porém, quando combinada com a limitação do tempo de alimentação a apenas duas horas à noite, horário de pico de atividade desses roedores, a dieta estendeu a expectativa de vida em surpreendentes 35%. Isso equivale a cerca de 25 anos de vida extra, em média, para os seres humanos.

O jejum intermitente, uma forma popular de jejum, não implica uma abstinência total de alimentos, mas sim períodos restritos de consumo alimentar. Durante esses períodos, é permitido beber água e consumir alguns legumes, enquanto nos outros dias a alimentação deve ser moderada. Isso inclui evitar doces, gorduras e alimentos processados.

Melhora a saúde cardíaca

Outro estudo de 2019 com 2 mil pacientes cardíacos demonstrou que aqueles que praticavam o jejum regularmente tinham maior probabilidade de sobreviver quatro anos após procedimentos cardíacos, em comparação com aqueles que nunca jejuavam ou haviam feito isso brevemente.

Pesquisadores como Rafael de Cabo, do Instituto Nacional do Envelhecimento, e Mark P. Mattson, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, ambos dos EUA, revisaram ensaios clínicos de jejum intermitente.

Eles concluíram que há evidências suficientes dos benefícios à saúde para que médicos considerem oferecer orientações sobre essa prática aos pacientes.

Além disso, a qualidade da alimentação desempenha um papel crucial na saúde. Um estudo da Universidade de Bergen, na Noruega, sugere que adotar uma alimentação rica em alimentos como feijão, lentilha, grãos integrais, nozes, frutas e vegetais pode aumentar a expectativa de vida em até 13 anos.

É importante destacar que o jejum não é adequado para todas as pessoas. Além disso, ele deve ser realizado com orientação de um profissional de saúde, especialmente nutricionistas e nutrólogos, para garantir que não haja riscos à saúde.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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