Com a chegada do mês de junho, começam as celebrações das Festas Juninas ao redor do Brasil. Mas, apesar de ser uma comemoração típica do país, a origem das festas é mais antiga do que ele próprio e chegou com os colonizadores portugueses no século 16.
Originalmente, as festividades juninas vieram das celebrações pagãs de solstício de verão no hemisfério norte, representando o ponto de maior altura do Sol no céu. Entre a Antiguidade Tardia e da Idade Média, essas festas comemoravam o período de colheita no calendário agrícola.
Mas, com a consolidação da Igreja Católica na Europa, a Festa Junina foi vinculada às comemorações de Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).
“Naquele momento, o cristianismo que se expandia pela Europa, embora combatesse as crenças ditas pagãs, não tinha como impedir essas festas de grande tradição e que traziam um forte apelo ao convívio social”, explicou o professor especialista em estudos de cultura brasileira Alberto Ikeda, ao Jornal da Unesp.
De onde vem a fogueira, as comidas e as quadrilhas da Festa Junina?
Após chegarem ao Brasil, as Festas Juninas ganharam influências indígenas e africanas, bem como de diversas origens. A fogueira, por exemplo, é uma tradição que se mantém da comemoração pagã de solstício de verão. Além disso, ela também é símbolo de rituais indígenas ligados à agricultura e fertilidade.
Os povos indígenas, junto com os portugueses, também influenciaram nas comidas típicas das Festas Juninas, que incluem pipoca, quentão, entre outras coisas. Isso porque muitos dos alimentos vem de grãos, como o milho, que os indígenas já cultivavam antes da chegada dos colonizadores.
A música também tem influência portuguesa, como a presença da sanfona, por exemplo, que se misturou aos ritmos indígenas e africanos presentes no país, como o tambor. Enquanto isso, a quadrilha sofreu adaptações das danças das elites europeias do século 19, assim como os trajes caipiras de hoje.
Por fim, vale lembrar que as tradições também diferem de um lugar para o outro, como é o caso do Festival de Parintins, no Amazonas. Já em Portugal, ocorrem as Festas dos Santos Populares, ou São João, com consumo de sardinha, ligado ao Santo Antônio.
Com informações de Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e Universidade de São Paulo.
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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