O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, concedeu à empresa Lockheed Martin um contrato de US$ 4,9 bilhões para construir três satélites de alerta de mísseis para a Força Espacial dos EUA. Estacionados em órbita geossíncrona (quando a rotação acompanha a da Terra), os novos satélites alertarão sobre ameaças vindas de praticamente qualquer lugar do mundo.
Conhecido como Next-Generation Overhead Persistent Infrared (NG-OPIR), o sistema fornecerá um aviso antecipado de mísseis balísticos intercontinentais e de teatro de operações (por exemplo, táticos) que se aproximam. De acordo com o novo contrato concedido na segunda-feira (4), a Lockheed Martin vai fabricar, testar e entregar três satélites geossíncronos NG-OPIR e o software necessário, relata o Defense Daily. O primeiro lançamento está previsto para 2025, e a empresa precisa concluir o trabalho e entregar tudo à Força Espacial até 2028, segundo a SpaceNews.
O novo investimento representa uma renovação de contrato para a fase 2 do projeto. A Fase 1 do NG-OPIR começou em agosto de 2018, quando a Lockheed Martin recebeu US$ 2,9 bilhões para desenvolver os três satélites. A empresa foi escolhida porque a Força Aérea dos EUA acreditava que ela tinha a melhor chance de atingir a primeira meta de lançamento de 2025, relata o Defense Daily.
A empresa Northrop Grumman está atualmente construindo dois outros satélites de alerta de mísseis, que serão colocados em órbita polar. Juntos, os cinco satélites irão compor a arquitetura OPIR Bloco 0, que deve entrar em operação em 2029. Uma arquitetura Bloco 1 também está planejada, que compreenderá cinco satélites geossíncronos mais os dois satélites de órbita polar.
O sistema atual de satélites de defesa, denominado Sistema Infravermelho Baseado no Espaço (SBIRS), também foi construído pela Lockheed Martin e será eliminado nos próximos anos. O sistema NG-OPIR “sucederá o atual Sistema Infravermelho Baseado no Espaço, fornecendo recursos aprimorados de alerta de mísseis que oferecerão maior capacidade de sobrevivência contra ameaças emergentes”, de acordo com a Força Aérea dos EUA.
Na verdade, esse recurso adicional – que os satélites oferecerão “maior capacidade de sobrevivência contra ameaças emergentes” – é uma resposta às críticas anteriores feitas sobre o SBIRS e outros sistemas dos EUA baseados no espaço. Em 2017, o general John Hyten, atual vice-presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior, reclamou dos satélites de defesa do país, descrevendo-os como “alvos grandes, gordos e suculentos” para armas antissatélite.
Vários países, incluindo Rússia e China, possuem armas antissatélite, que desempenharam um papel importante no incentivo à formação da Força Espacial dos EUA. Em 2019, a Índia surpreendeu o mundo ao deliberadamente derrubar um dos seus próprios satélites.