Fóssil de 145 milhões de anos coloca Sergipe no mapa dos dinossauros

Cientistas da UFS encontraram um dente de espinossaurídeo em um afloramento de rochas na zona rural de Japoatã; saiba detalhes
Fóssil de 145 milhões de anos coloca Sergipe no mapa dos dinossauros
Imagem: Arquivo pessoal/Alexandre Liparini/UFS/Reprodução

Pela primeira vez, pesquisadores encontraram um fóssil de dinossauro no estado de Sergipe. Como se o feito não fosse suficiente, a evidência encontrada é também o fóssil mais antigo da América do Sul, com cerca de 145 milhões de anos. 

A peça foi encontrada por cientistas da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em um afloramento de rochas na zona rural de Japoatã, município do leste sergipano. Até então, só haviam sido encontrados fósseis de dinossauros nos estados de São Paulo, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Minas Gerais e Goiás.

Não pense que foram revelados ossos grandiosos. Na verdade, a equipe encontrou um dente de dois centímetros que pertenceu a um espinossaurídeo. O animal, por sua vez, alcançava os 14 metros de comprimento e podia pesar mais de sete toneladas.

“Apesar do tamanho pequeno, o fóssil encontrado possui características específicas que permitiram a identificação, como o grau e a direção da curvatura que o dente forma e uma ornamentação chamada de flautas na coroa do dente”, explicou Alexandre Liparini, professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em comunicado.

O gigante viveu durante o período Cretáceo. No passado, a região ocupada pelo animal possuía deltas de rios e lagos. O dente do animal pode ter caído durante a troca dentária ou após sua morte, sendo carregado pelas águas e depositado no fundo da bacia. 

Os primeiros resultados do estudo foram publicados no Journal of South American Earth Sciences. Agora, os pesquisadores pretendem ir além da interpretação paleontológica de vertebrados e utilizar o fóssil de Sergipe para reconstituir os ambientes geológicos do passado. 

Jorge Garcia, professor de Geologia da UFS, explica que “no momento que entendermos as duas relações, vamos compreender a rota que esses animais estavam seguindo em termos de migração e as mudanças do planeta nesse intervalo de tempo de mais de 140 milhões de anos”.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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