Ciência

Fóssil de larva com cérebro intacto é descoberto por cientistas

Cientistas britãnicos descobrem fóssil de larva de 520 milhões de anos com cérebro e intestino intactos
Imagem: Reprodução/Unsplash

Cientistas descobriram um fóssil de larva de 520 milhões de anos com o cérebro e o intestino intactos, mostrando a evolução dos artrópodes desde o passado. Este tipo de animais invertebrados também inclui, por exemplo, caranguejos, lagostas e insetos.

Diferente de ossos de dinossauros, por exemplo, os fósseis de pequenas criaturas costumam ser apenas restos de matéria dura, já que os tecidos moles se degradam e deixam apenas osso pétreo. Contudo, em ambientes propícios à preservação, é possível conseguir mais informações.

Segundo a pesquisadora Katherine Dobson, coautora deste artigo da Universidade de Durham (Reino Unido), a fossilização natural da larva “alcançou uma preservação quase perfeita”. Usando imagens 3D geradas a partir de exames feitos com tomografia de raios X síncrotron, a amostra virou uma mina de ouro para biólogos evolucionistas.

Detalhes do fóssil de larva

De acordo com um comunicado à imprensa, as estruturas da larva incluem glândulas digestivas e sistema circulatório primitivo. Além de traços dos nervos que irrigam as pernas e os olhos simples. Dessa forma, os cientistas perceberam que os primeiros artrópodes, que surgiram durante a Explosão Cambriana, eram mais complexos do que se pensava.

Eles notaram que a região do protocérebro evoluiu para o “nó” das cabeças dos artrópodes, permitindo-os prosperar em vários ambientes. Ou seja, desde as profundezas do oceano a todos os continentes da Terra, incluindo a Antártida.

Martin Smith, o pesquisador líder do projeto, comentou a raridade dessa observação. “Quando eu costumava sonhar acordado com o fóssil que mais gostaria de descobrir, eu sempre pensava em uma larva de artrópode, porque dados de desenvolvimento são essenciais para entender sua evolução”, disse.

“Mas larvas são tão pequenas e frágeis que as chances de encontrar uma fossilizada são praticamente zero — ou assim eu pensava! Eu já sabia que esse fóssil simples, semelhante a um verme, era algo especial. Mas quando vi as estruturas incríveis preservadas sob sua pele, fiquei de queixo caído — como essas características intrincadas poderiam ter evitado a decomposição e ainda estar aqui para serem vistas meio bilhão de anos depois?”, disse, por fim.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas